Por Diário de Pernambuco – Após o acidente em que um micro-ônibus atropelou devotos em uma procissão, no Domingo de Páscoa (31), a população do Conjunto Marcos Freire, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, agora sofre com a falta dos coletivos que integram o sistema de transporte complementar.
A “Tragédia da Páscoa” deixou, até esta terça (2), cinco pessoas mortas e outras 14 hospitalizadas, de acordo com o boletim mais atualizado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), divulgado na manhã desta terça (2).
Segundo a comunidade, há dois dias, os motoristas permissionários decidiram paralisar as atividades por conta própria.
Isso prejudicou os passageiros que dependem dos micro-ônibus para se deslocar entre os bairros na área do Conjunto Residencial Marcos Freire.
Agora, quem depende do transporte público conta apenas com os coletivos da empresa Vera Cruz, que operam com as linhas que fazem a rota intermunicipal na região.
A paralisação dos permissionários prejudicou a linha 118 – Marcos Freire/Barra de Jangada, sendo a principal alternativa da população para o transporte complementar.
Foi justamente um dos micro-ônibus que integrava essa linha que causou o acidente em que o veículo atropelou 34 pessoas, durante a procissão de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na Avenida Barreto de Menezes.
Segundo um dos líderes comunitários do Conjunto Marcos Freire Valdenicio de Andrade Silva, de 62 anos, desde que o acidente aconteceu, os permissionários estão com receio de trabalhar por medo de sofrer algum tipo de retaliação da população.

“A população já reclama há muito tempo que os ônibus são precários e sem manutenção. O acidente aqui em Marcos Freire não foi pontual e sim uma tragédia anunciada. Todos aqui estão revoltados com o que aconteceu. Mas, sem as vans (micro-ônibus) na rua, quem mais sofre é a própria população que depende desse serviço complementar. Estamos entregues ao descaso em Marcos Freire”, reclamou o representante comunitário.
A paralisação dos permissionários foi confirmada pela Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes aoDiario de Pernambuco, por meio de nota.
No documento, a gestão municipal diz que “os permissionários que fazem a linha Marcos Freire/Barra de Jangada paralisaram os serviços, temporariamente, por conta própria, alegando questão de segurança, pois alguns populares estariam ameaçando atear fogo aos veículos. A Secretaria de Ordem Pública e Mobilidade acatou a decisão”.









