De O Globo – Os três policiais rodoviários acusados de envolvimento na morte de Genivaldo Santos, 38 anos, durante uma abordagem em Umbaúba (SE), no dia 25 de maio de 2022, foram condenados pela Justiça de Sergipe.
Paulo Rodolpho Lima Nascimento foi condenado a 28 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado. Já Kléber Nascimento Freitas e William Barros Noia foram considerados condenados a 23 anos, um mês e nove dias de reclusão por tortura seguida de morte.
Durante o julgamento, que durou 11 dias, a defesa dos acusado alegou que não houve intenção de matar e que os agentes seguiram protocolos operacionais. Mas a acusação ressaltou que o excesso de força na ação dos policiais e conduta desproporcional de cada um.
Genivaldo morreu após ter sido trancado no porta-malas de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e submetido a inalação de gás lacrimogêneo. A certidão de óbito apontou asfixia e insuficiência respiratória como causa da morte. Ele ficou 11 minutos e 27 segundos exposto a gases tóxicos e impedido de sair de uma viatura da PRF em Sergipe, segundo a perícia feita pela Polícia Federal (PF), que a reportagem do Fantástico, da TV Globo, exibiu com exclusividade.
Durante as investigações, os peritos atestaram que a concentração de monóxido de carbono foi pequena. Já a de ácido sulfídrico foi bem maior, e pode ter causado convulsões e incapacidade de respirar.
Segundo a perícia, o esforço físico intenso e o estresse causados pela abordagem policial resultaram numa respiração acelerada de Genivaldo. Isso pode ter potencializado ainda mais os efeitos tóxicos dos gases. A perícia afirmou, ainda, que os gases causaram um colapso no pulmão da vítima.