Do Metrópoles — Mesmo afastado após decisões polêmicas que favoreceram policiais acusados de crimes graves, o juiz militar Ronaldo João Roth foi premiado com um supersalário: R$ 192 mil líquidos em dezembro de 2024. O valor foi pago pelo Tribunal de Justiça Militar de São Paulo (TJM), graças a retroativos do extinto “quinquênio” – um bônus que aumenta o salário dos juízes em 5% a cada cinco anos de serviço.
Roth foi afastado do cargo após libertar um PM condenado por corrupção, além de assinar sentenças que beneficiaram policiais envolvidos em casos como estupro e homicídio. Ainda assim, segue recebendo salário como juiz aposentado compulsoriamente – em março deste ano, por exemplo, embolsou R$ 36 mil.
O pagamento milionário de atrasados não foi exclusivo: em dezembro, todos os 15 magistrados do TJM ganharam acima do teto de R$ 44,4 mil, então limite do funcionalismo. O próprio Roth tinha direito a seis quinquênios acumulados antes de 2008, o que inflou seus vencimentos.
A farra dos penduricalhos custou R$ 12 bilhões em um ano ao Judiciário brasileiro, com cortes que pagaram mais de R$ 1 milhão em um único mês a juízes.









