Da Redação do Blog – Em depoimento no inquérito policial que apura a morte por naufrágio da advogada Maria Eduarda de Medeiros, a Duda, conduzido pela Delegacia de Porto de Galinhas, no Litoral Sul, o pescador Cremilton Sebastião Pereira, de 60 anos, informa que, como Duda, também naufragou na barra do Rio Ipojuca, na praia de Suape, confirmando ser a área altamente perigosa para navegação.
Relatou ele que, junto com um sobrinho, no mesmo mês de junho da morte de Duda, há 16 anos, sua jangada, jogada pela correnteza do rio e com o mar alto, colidiu com uma pedra e adernou. Contou que os dois conseguiram desemborcar a jangada e, conduzindo a embarcação com as mãos, chegaram a uma guarita do porto de Suape, tal como ocorreu com o médico Seráfico Pereira Cabral Junior, namorado de Duda, após nadar por duas horas.
Segundo Cremilton Sebastião Pereira, que mora em Nossa Senhora do Ó, distrito de Ipojuca, e pesca há 30 anos, as obras do cais do Porto de Suape estreitaram a boca do Rio Ipojuca no encontro com o mar, tornando violentas as correntezas. Sem citar a Capitania dos Portos, disse ainda que “as autoridades” conhecem os perigos da boca da barra em Suape e, no entanto, mesmo com vários acidentes no local, nunca houve qualquer sinalização de perigo ou de alerta.
Há uma semana o Blog indagou da Capitania dos Portos sobre a falta de sinalização na boca da barra do Rio Tijuca, diante das queixas e reivindicações que recebeu de navegadores, mas até agora a Capitania, que abriu inquérito sobre as causas do naufrágio que matou Duda, não respondeu.