Por Luiz Roberto Marinho – A Arquidiocese de Olinda e Recife continua investigando o dossiê de 68 páginas com supostas irregularidades na gestão da superintendência da Santa Casa de Misericórdia do Recife, comandada pelo padre Claudionor Alves de Lima, e colherá novos depoimentos esta semana na sua sede, no Palácio dos Manguinhos, no bairro das Graças, na Zona Norte.
O ex-namorado do professor Alan Eric de Sousa, autor do dossiê, Rafael José Ferreira da Silva, depôs há uma semana, confirmando dados do documento, e acabou demitido da superintendência da Santa Casa na segunda-feira (4), depois de um ano e três meses no emprego, apurou o Blog. Outro demitido recentemente na superintendência foi o gerente do Patrimônio Imobiliário, Paulo Bernardo da Silva (foto da capa), acusado no dossiê de assédio sexual contra funcionários.
Fontes da superintendência revelam que Rafael José, ouvido na terça-feira (29) pelo chanceler da Cúria Metropolitana, padre Moisés Ferreira Lima, e pelo juiz da Câmara Eclesiástica, padre Cícero Ferreira de Paula, designado para apurar as denúncias, foi demitido por ter dado depoimento favorável a Alan Eric. Outros envolvidos que já prestaram depoimento foram o superintendente e seu assessor Maxuell Fernandes, classificado no dossiê como “companheiro afetivo” do padre Claudionor Alves de Lima.
O autor do documento é acusado pela Santa Casa de compartilhar imagens de pedofilia. Termo de declarações do seu ex-namorado na Delegacia de Crimes Contra Criança e Adolescente, no bairro da Boa Vista, na área central do Recife, negou a acusação.
Como tem divulgado o Blog, Alan Eric relata no dossiê que o padre Claudionor Alves de Lima, superintendente da Santa Casa desde janeiro de 2024, usou para gastos pessoais o cartão corporativo com o nome do arcebispo Dom Paulo Jackson, presidente da instituição, com limite de R$ 60 mil. Relata ainda, entre várias outras acusações, que o superintendente promoveu assédio sexual de outros padres sobre os servidores da instituição, incluindo ele próprio.
O dossiê foi enviado também à Nunciatura Apostólica, a embaixada do Vaticano, sediada no Setor de Embaixadas Sul, em Brasília. A Santa Casa de Misericórdia do Recife classifica as informações do documento como “levianas”, “totalmente infundadas” e não condizentes “com a verdade dos fatos”.









