Da Redação do Blog – A deputada estadual Dani Portela (PSOL) enviou nota ao Blog e fez discurso inflamado na tribuna, nesta segunda-feira (11), mas terminou confirmando que uma empresa ligada à sua família recebeu, até agora, quase meio milhão de reais dos cofres públicos.
Ela atesta que a empresa Coutinho Assessoria Ltda presta regularmente serviços de automatização de dados no seu gabinete, sendo remunerada, portanto, com recursos da Alepe (Assembleia Legislativa de Pernambuco), mas não menciona, nem na nota e nem no discurso, que pertence a um tio do seu marido e que foi criada cinco meses após ser empossada, num suspeito caso de coincidência.
A denúncia sobre a contratação informa que a empresa é de Wildson Pinto Coutinho, casado com a tia materna do marido da deputada, Jesualdo de Albuquerque Campos Júnior, a sra Ana Virgínia Souza Coutinho, a quem Jesualdo intitula de “tia-mãe”. A deputada não contestou que a empresa foi instituída em julho de 2023, cinco meses depois da sua posse.
Na nota ao Blog, a deputada diz que o contrato com a Coutinho Assessoria é executado dentro da “mais absoluta legalidade” e, sem citar o nome do dono da empresa, enfatiza ser “imprescindível a relação de confiança” com os serviços contratados. A denúncia aponta pagamentos da Alepe da ordem de R$ 457 mil à empresa, mas a deputada pontua na nota ser “uma remuneração compatível com o mercado”.
No discurso enfático que fez no plenário, Dani Portela atribui as denúncias ao governo de Pernambuco, pelo fato de haver liderado a criação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre a licitação da publicidade governamental. Acusa a Secretaria de Comunicação da governadora Raquel Lyra (PSD) de haver financiado a criação de perfis na Internet, alguns deles desativados, segundo ela, com o objetivo de denegrir a imagem dela e de atacar a Alepe e o TCE (Tribunal de Contas do Estado).
Confira a íntegra da sua nota ao Blog e trechos do inflamado discurso na Alepe.
“Recebo com indignação, mas não com surpresa, essa denúncia infundada. Todos os contratos de prestação de serviços ligados ao meu gabinete são regidos pela mais absoluta legalidade, sendo submetidos à análise rigorosa da procuradoria da Alepe e passam por auditorias anuais, não havendo qualquer irregularidade identificada. A empresa em questão presta serviços de automatização dos dados do meu gabinete, sendo imprescindível a relação de confiança, com remuneração compatível com o mercado. Tal serviço é prestado presencialmente em expediente diário na própria estrutura da Alepe. Nosso gabinete tem muito zelo sobre a coisa pública, sendo, inclusive, uma das parlamentares que mais devolveu os valores disponíveis na verba indenizatória, totalizando cerca de R$ 200 mil reais em 3 anos de mandato. Essa denúncia é tão somente uma cortina de fumaça para tentar tirar o foco das supostas irregularidades do contrato bilionário com as empresas de publicidade, bem como das denúncias de uma suposta rede de perfis, que seriam custeados com dinheiro público para atacar pessoas que fazem oposição política ao governo e a instituições fiscalizadoras. Essa cortina de fumaça direcionada a mim, nada mais é do que uma tentativa desesperada de intimidar uma parlamentar eleita e tirar o foco da real questão: os fatos a serem apurados na CPI. Não nos intimidaremos e não retrocederemos “.









