O Globo – O homem preso por deixar na rodoviária de Porto Alegre (RS) uma mala com o pedaço de um corpo humano havia sido condenado, anos atrás, por matar e concretar a própria mãe. O publicitário Ricardo Jardim, de 66 anos, desferiu 13 facadas contra a idosa, em 2015, foi sentenciado a 28 anos de prisão em 2018 e progrediu para o regime semiaberto no ano passado.
Detido nesta quinta-feira pelo novo delito, ele confessou ter desmembrado e descartado em partes o corpo da namorada. Segundo o jornal Zero Hora, Jardim admitiu o novo crime ao ser capturado por agentes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) no bairro São João. Ele forneceu o nome da namorada e mostrou estar com o celular dela — o publicitário afirmou ter se passado pela mulher no aparelho para que a família não desse falta dela.
Agentes não conseguiram identificar a vítima por impressões digitais porque os dedos foram cortados. O crânio da mulher ainda não foi localizado. A polícia vai apurar se Jardim de fato cometeu o novo homicídio e se agiu sozinho e investigar também, por meio de outros exames periciais, se a vítima era mesmo a namorada dele.
O suspeito foi identificado com a ajuda de imagens de câmeras de segurança da rodoviária. Ele aparece nos registros com máscara facial, boné e luvas, o que, para investigadores, indica uma ação premeditada. Uma testemunha relatou à polícia por onde ele deixou o terminal, e os investigadores passaram a mostrar a foto dele nas ruas, traçar possíveis rotas e analisar as câmeras.
Na quinta-feira, os policiais descobriram que o homem entrou num estabelecimento comercial na Zona Norte da cidade depois de deixar a mala da rodoviária — no local, ele retirou a máscara para consumir uma bebida alcoólica — e então seguiu para uma pousada. Os investigadores descobriram o nome registrado na acomodação e apuraram que ele teria deixado a pousada com uma mala em 20 de agosto.
O jornal Zero Hora reportou que o homem usava a inteligência artificial para criar perfis falsos em redes sociais e atrair mulheres para relacionamentos. Outras partes do corpo da mulher foram achados em 13 de agosto, no bairro Santo Antônio. A perícia também identificou um DNA coincidente com o de Jardim nas partes desmembradas e na mala.
Ricardo Jardim já havia sido preso e condenado pelo assassinato da mãe, Vilma Jardim. O corpo dela foi encontrado num armário de seu apartamento que depois foi preenchido com concreto, em 2015. A acusação afirma que o publicitário queria ficar com o dinheiro do seguro de vida do pai, morto um ano antes.









