Por André Beltrão — A delegada Vilaneida Aguiar, especialista em prevenção de abuso infantil, declarou a colegas que também é perseguida pela Delegada-geral adjunta da Polícia Civil de Pernambuco, Beatriz Leite, fazendo companhia a Natasha Dolci, que aguarda apenas ato da governadora Raquel Lyra (PSD) no Diário Oficial para ter consumada sua demissão da Polícia Civil.
Num grupo de WhatsApp de integrantes da Adeppe (Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco), Vilaneida Aguiar, que tem 17 anos de carreira como delegada, relata ter sido transferida abruptamente e sem nenhuma justificativa por Beatriz Leite depois de seis anos numa delegacia. Afirma ainda que sofreu uma abertura de sindicância após declarar no grupo que a situação de Natasha aciona memórias de assédio moral na Polícia Civil.
Uma das autoras do livro “Vozes de Transformação”, que reúne textos de 12 mulheres na defesa dos direitos da infância e no enfrentamento do abuso infantil, Vilaneida informa, numa das conversas, ter sido obrigada a se afastar temporariamente para tratamento psiquiátrico devido a episódios frequentes de assédio moral na instituição, provocados pela Subchefe.
“É muito revoltante se sentir injustiçada. É complicado ir contra uma pessoa que detém o poder nas mãos e maldade, muita maldade”, escreveu ela numa das conversas de WhatsApp, referindo-se, sem citar o nome, à Delegada-geral adjunta, segundo cargo hierarquicamente mais alto na Polícia Civil.
Vilaneida chegou a declarar que durante anos ouviu várias histórias de policiais cometidos pela mesma Delegada.
Veja as mensagens:
Como outros dirigentes da Polícia Civil, Beatriz Leite moveu ação judicial por calúnia e difamação contra Natasha Dolci, que diz ter sido perseguida por ela devido às suas denúncias de má gestão da polícia.
Atribui principalmente à Delegada-geral adjunta sua demissão, publicada no dia 22 de julho em portaria do secretário da Defesa Social, Alessandro Carvalho, “por transgressões disciplinares”, entre outras justificativas.
O Outro Lado
Não conseguimos contato com a Delegada-geral adjunta da Polícia Civil. O espaço está aberto a manifestações e a reportagem pode ser atualizada a qualquer momento.









