O Globo — O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), reagiu neste domingo às declarações do senador Ciro Nogueira (PP-PI) sobre a sucessão presidencial de 2026. Em publicação nas redes sociais, Caiado classificou como “vergonhosa” a tentativa do ex-ministro de Jair Bolsonaro de se colocar como “porta-voz” do ex-presidente e de antecipar o apoio ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“A ansiedade de Ciro Nogueira em se colocar como candidato a vice-presidente do governador Tarcísio é vergonhosa, e algo tão gritante que ele já se coloca como porta-voz do presidente Bolsonaro, o que ele não é”, disse Caiado.
O governador disse ainda que, caso Bolsonaro tivesse o interesse de ter um porta-voz, seria a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ou um dos seus filhos.

A reação ocorreu após Ciro afirmar, em entrevista ao GLOBO, que “se fosse hoje” veria apenas dois nomes viáveis para a corrida presidencial: Tarcísio ou Ratinho Júnior (PSD), governador do Paraná.
— Eles têm metade da rejeição do Bolsonaro e quase 40% de desconhecimento, o que é potencial de crescimento. Mas só têm viabilidade com o apoio do presidente Bolsonaro — disse o senador.
Caiado reagiu publicamente, acusando o senador de tentar decidir por Bolsonaro e de vetar outros nomes da direita.
“De pronto, Ciro já veta pelo menos três pré-candidaturas: as de Romeu Zema, Eduardo Bolsonaro e a minha, prestando um enorme desserviço à direita”, afirmou.
O incômodo de Caiado ocorre após seu partido, o União Brasil, ter anunciado uma federação com o Progressistas, de Ciro. Integrantes do União dizem que o goiano dificilmente irá conseguir se viabilizar. Neste contexto, o governador ressaltou não precisar do aval do senador.
A troca de farpas evidencia a fragmentação dentro do campo da direita, onde Tarcísio tenta manter distância de disputas antecipadas e os demais governadores competem para ocupar o espólio deixado pelo ex-presidente.









