Por Dayse Pontes — A origem do mundo de Gustave Courbet, obra datada de 1866 só nos avisa que a arte não possui fronteiras cronológicas, o paralelo que observo entre este pensamento materializado em tela e a obra “Diva” de Juliana Notari (2021), é de uma precisão, e é tão tênue e verdadeiro o discurso desses dois artistas separados por um século e meio , que torna ainda mais bela e surpreendente a arte!

O homem é mesmo ilimitado e indivisível, e ao contemplar a obra ” Diva” de Juliana Notari, sou tocada por uma nítida impressão de que ela representa o portal do Universo… por onde tudo inicia, por onde a humanidade floresce, aquele belo órgão feminino, com uma paleta de vermelho com carmim, e um brilho que pulsa ao sol, me faz pensar que por ali , naquela colina de um verde lindo, todos nós fomos fecundados!

A despeito do que fala Juliana na sua narrativa aguda e consciente, o meu olhar me fala da mãe terra representada pela natureza que recebeu Diva para falar que é por ela que tudo inicia. Viva Gustave e Juliana !
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*Dayse Pontes é artista plástica