Do G1 – A operação de limpeza de praias e mangue de chegou ao quarto dia nesta terça-feira (17), totalizando 1.393 quilos de fragmentos de óleo e lixo recolhidos desde o sábado (14), segundo o Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio). Além dos resíduos, foram localizados animais mortos (veja vídeo acima).
O trabalho de limpeza contou com servidores do ICMBio, militares da Marinha, técnicos da Administração da Ilha e voluntários em seis área do Parque Nacional Marinho, entre elas as praias do Sueste, Atalaia, Caieiras, Enseada do Abreu e a do Leão, região mais afetada, além do Mangue do Sueste.
“No primeiro dia, concentramos a ação nesta região [do Leão] e já sabíamos que precisaríamos voltar. Cerca de 80% dos resíduos foram recolhidos aqui, encontramos fragmentos de óleo e muito plástico”, declarou a chefe do ICMBio no arquipélago, Carla Gaitanele.
A Praia do Leão recebeu nesta terça um serviço minucioso para retirada de resíduos, que incluiu raspagem de pedras vulcânicas. “O piche se aloca entre as pedras. Essa é a maior dificuldade: remover os fragmentos de óleo e o lixo. É uma espécie de garimpagem”, disse a brigadista do instituo, Franciane Santos.
Os materiais começaram a surgir nas praias e poluir o Parque Nacional Marinho no sábado (14), mesmo dia em que começou a limpeza. Vindos do oceano, os resíduos atingiram também a área do Mangue do Sueste, o único em ilhas oceânicas do Atlântico Sul. Foram 300 quilos de lixo e óleo retirados da região na segunda.
Amostras do material recolhido foram enviadas para análise no laboratório da Marinha, afirmou a chefe do instituto. A origem dos resíduos ainda é desconhecida.
Uma ave e um filhote de caranguejo da espécie Johngarthia lagostoma foram encontrados mortos. A ave ainda vai ser analisada, mas os técnicos do ICMBio disseram acreditar que o caranguejo deve ter morrido em função do óleo.
“O caranguejo está com muito óleo, provavelmente esse óleo foi o motivo da morte do animal”, declarou o coordenador de pesquisa do ICMBio, Ricardo Araújo.
“Esses fardos já estavam nesta área, ainda não foram removidos porque são muito pesados. É uma operação complicada e vamos programar uma ação para remover os fardos”, informou Carla Gaitanele.
A substância era mesma em todos os locais: petróleo cru. O fenômeno afetou a vida de animais marinhos e causou impactos nas cidades litorâneas. A origem do óleo ainda é desconhecida.
Em Pernambuco, manchas de óleo foram localizadas em 48 localidades e em oito rios. Ao todo, 13 municípios registraram danos. Foram coletados, desde agosto de 2019, 1.650 toneladas de resíduos.
Este ano, houve chegada de lixo a várias praias da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Piauí. Ao menos 46 toneladas de lixo foram retiradas, no fim de abril. A origem dos resíduos ainda é desconhecida.