Do G1 — Um homem brincalhão, de sorriso fácil e apaixonado pela filha de 6 anos. Esses são alguns dos adjetivos atribuídos a Durval Teófilo Filho, de 38 anos, morto na quarta-feira (2) por um vizinho, quando chegava em casa, em São Gonçalo.
Sem acreditar na morte e no motivo torpe – em que um sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra, de 51 anos, alegou ter confundido Durval com um assaltante -, os amigos contam ainda que ele era muito prestativo, solidário e, mais uma vez, sorridente – característica sempre associada ao homem que trabalhou como letrista em uma plataforma da Petrobras e atualmente estava empregado como repositor de supermercado.
“Durval era um cara muito humano, muito menino, muito inocente. Era um camarada que não tinha maldade com ninguém. Era um amigo responsável, um trabalhador completo”, falou o letrista Eloir Malta, que trabalhou com Durval no estaleiro.
O lado moleque de Durval ainda está estampado em uma rede social, onde ele declara seu amor pelo Botafogo, time do coração, e nas brincadeiras com outros times.
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O amor pelo futebol só perdia espaço para o amor pela mulher, Luziane, e pela filha Letícia, de 6 anos, que todos os dias esperava o pai chegar do trabalho.
O padrinho da menina, Carlos Souza, contou durante o enterro do amigo e compadre na sexta-feira (4) que eles eram muito grudados e que, quando chegava, Durval descia com lixo na companhia de Letícia. Era um ritual da dupla, que está sem ser cumprido desde quarta-feira.
“Se trata de um milhão de sorrisos, risadas, situações de apoio, companheirismo, muito trabalho, um bom papo. Mas é dessas risadas que ouvíamos mil vezes por dia que estamos perdendo; um cara que nunca se intrometeu em nada de ilícito, essas risadas perdemos. Resta guardar na memória. Sobrou pra gente só o nosso choro”, postou o amigo Wallan Stott Oliver.
O compadre Carlos contou ainda que Durval tinha medo da violência e de ser assaltado, um dos motivos que o fez sair da comunidade do Capote, onde vivia, e se mudar para o condomínio no Colubandê, em São Gonçalo. Não teve jeito. A violência foi encontrá-lo.
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“Parabéns seu Aurélio, parabéns por acabar com minha vida, da minha filha, da minha família. Estou aqui sangrando, ele não deu a chance de o meu marido viver”, disse a agora viúva depois de 13 anos ao lado de Durval.
Durval Teófilo, de 38 anos, foi morto na noite da quarta-feira (2), em São Gonçalo, por um sargento da Marinha quando chegava do trabalho. Ele foi alvejado por tiros na porta do condomínio onde morava, em São Gonçalo.







