Por Denise Rothenburg e Maria Eduarda Angeli, no Estado de Minas — Uma das lideranças do PSDB, o deputado Aécio Neves (MG) disparou críticas contra o pré-candidato do partido ao Planalto, o governador de São Paulo, João Doria. “Fiquei, nos últimos quatro meses, desde as prévias, aguardando que o governador Doria mostrasse uma capacidade mínima de aglutinar forças políticas ou da sociedade e que pudesse, também, mostrar alguma perspectiva de crescimento nas pesquisas (eleitorais). Absolutamente nada disso ocorreu”, afirmou, em entrevista ao programa CB.Poder, parceria entre o Correio e a TV Brasília.
“Portanto, o que seria mais responsável da nossa parte: fingirmos que temos um candidato, que diminuirá a nossa bancada, que isolará o partido, ou vamos, numa conversa franca, aberta, mostrar que existem outras alternativas? Não é possível que a gente continue com esse projeto natimorto”, diz Aécio.
Na avaliação do parlamentar, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, derrotado nas prévias da legenda, é o nome capaz de ser competitivo nas eleições à Presidência da República. “Acho que o PSDB terá condições de voltar a ser protagonista no momento em que seu candidato conseguir construir uma aliança. Vejo em Eduardo Leite aquele que tem condições de convergir forças que estão, hoje, dispersas e sem uma candidatura presidencial”, sustentou. Veja os principais trechos da entrevista.

Qual é o futuro do PSDB?
Considero o PSDB ainda essencial ao Brasil. Nós temos, hoje, um quadro político que vem se formando por meio de verbas do fundo eleitoral, do orçamento secreto da Câmara dos Deputados, então as bancadas estão inchando. A gente não consegue perceber com clareza que projetos essas legendas representam para o país. Goste-se ou não, o PSDB é um partido programático, nasceu como uma sigla que defendia o parlamentarismo, a responsabilidade fiscal, liberal na economia e, também, com políticas claríssimas de integração de inclusão social. O PSDB teve momentos de êxito, principalmente no governo do presidente Fernando Henrique. Quase vencemos as eleições contra a presidente Dilma. Lamentavelmente para o Brasil, e não para nós, não vencemos aquelas eleições. Agora, temos de atravessar o rubicão dessas eleições. Tivemos a prévia partidária, a meu ver, marcada de forma absolutamente extemporânea para atender ao interesse do governador de São Paulo (João Doria).







