Por Natália Hinoue, da Veja – “A partir das primeiras delações premiadas de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e do doleiro Alberto Youssef, os responsáveis pela Operação Lava Jato se deram conta de que estavam lidando com um caso que só ocorre uma vez na vida de um policial, de um promotor ou de um juiz.”
Assim iniciava a reportagem de capa de VEJA que abordava, ao longo de oito páginas, detalhes sobre um dos casos mais emblemáticos de corrupção, que manchou a era Lula. “A parceria do petista com os empresários da Odebrecht e da Andrade Gutierrez rende dividendos para as duas partes desde a década de 90. As empreiteiras ganharam bilhões de reais com o esquema de corrupção”, dizia o texto.

“À medida que os depoimentos se sucediam e mais provas iam sendo encontradas, o esquema foi tomando a forma de uma gigantesca operação político-partidária e empresarial destinada a levantar fundos com contratos espúrios de empresas com a Petrobras”.
Uma década depois do início das investigações, países como Brasil, Equador, Peru e Panamá ainda enfrentam sequelas do terremoto político provocado pelas revelações sobre corrupção empresarial nas suas instituições. Em Brasília, por exemplo, a Lava Jato ocupou boa parte da agenda do Congresso e do Judiciário nesta terça-feira, 21. Dias Toffoli, do STF, anulou todos os atos praticados contra Marcelo Bahia Odebrecht.
O ministro determinou ainda o trancamento de todos os procedimentos penais instaurados contra o empresário, mas ressaltou que a anulação não engloba o acordo de delação premiada firmado por ele.
Em sua decisão, Toffoli considerou que integrantes da Lava-Jato, atuando em conluio, ignoraram o devido processo legal, o contraditório, a ampla defesa e a própria institucionalidade para garantir seus objetivos, o que não se pode admitir em um Estado Democrático de Direito.









