Por Luiz Roberto Marinho – Ambientalistas vão denunciar à CPRH (Agência Estadual de Meio Ambiente) e ao Ministério da Marinha o risco de possíveis danos ecológicos na Bacia do Pina, com prejuízos ao mangue e às atividades de pescadores e marisqueiras, pela expansão do Cabanga Iate Clube a partir de extenso terreno colado à marina, comprado, quitado e escriturado.
Segundo eles, o mangue do Pina tem as funções de proteção ecológica e drenagem urbana, funcionando ao mesmo tempo como um ecossistema essencial à biodiversidade, ao abrigar várias espécies de peixes, crustáceos e aves, e como uma bacia de amortecimento de cheias no Recife. Dizem temer que este santuário venha a ser afetado pelo crescimento do Cabanga, clube da elite pernambucana, cujo título é cotado ao redor de R$ 400 mil.
A compra do terreno foi uma das bandeiras da campanha do novo comodoro para o biênio 2026/2027, Paulo Perez, que fez dobradinha com o atual, Altair Junior, como presidente do Conselho Deliberativo, na chapa “O avanço continua”.
A dupla venceu a eleição, no último dia 13, com 63% dos 585 votos dados, nenhum em branco ou anulado, o maior quórum na história do Cabanga, derrotando a chapa de Delmiro Gouveia (comodoro) e Eduardo Petribu (presidente do Conselho Deliberativo).

A pouco mais de um mês de passar o bastão a Paulo Perez, o comodoro Altair Júnior lista a aquisição do terreno como uma das maiores realizações de sua gestão. No balanço da gestão, divulgado na revista on line Gaivotas Douradas, não menciona o tamanho e o valor da área comprada e não especifica a que será destinada.
“A compra do terreno ao lado do clube, totalmente quitada, representa um dos maiores legados da gestão do Comodoro Altair Júnior. Uma conquista que amplia horizontes e garante as bases para o projeto de expansão que vai transformar o Cabanga nos próximos anos. Mais do que ampliar espaço, essa realização simboliza visão de futuro, planejamento e responsabilidade, um passo firme rumo a um clube ainda mais moderno, acolhedor e preparado para receber novas gerações de associados”, descreve a revista.
O OUTRO LADO
Não conseguimos contato com o assessor de imprensa do Cabanga Iate Clube, jornalista Maurício Junior, e o novo comodoro, Paulo Perez, negou-se a comentar a suspeita dos ambientalistas. Argumentou que ainda não tomou posse, apesar de haver usado a aquisição do terreno como uma das bandeiras de sua campanha eleitoral. O espaço está aberto a manifestações e a reportagem pode ser atualizada a qualquer momento.








