Por André Beltrão – Aos 664 policiais penais com curso de formação concluído e até agora não nomeados pelo governo de Pernambuco, somam-se 1.270 policiais civis aprovados em concurso, em novembro último, e que até agora sequer foram chamados para o curso de formação, revelam entidades sindicais.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, há um déficit de 10 mil policiais civis no Estado, que dispõe de cerca de 4.700 agentes, número bastante insuficiente para investigação, prisões e solução de crimes. O déficit de policiais penais nas duas dezenas de unidades prisionais de Pernambuco é de mais de quatro mil, calcula auditoria do TCE (Tribunal de Contas do Estado) sobre o sistema carcerário.
Realizado há pouco mais de um ano, o concurso para policial civil ofereceu um total de 445 vagas – 250 para agente, 150 para escrivão e 45 para delegado, com salários entre R$ 4.700 (agente e escrivão) e R$ 10.930 (delegado). Foram aprovados1.270 candidatos em 25 de novembro último, mas quatro meses depois do resultado sequer houve convocação para o curso de formação na Acides (Academia Integrada de Defesa Social), que pode durar até seis meses.

Para uma população carcerária em torno de 30 mil pessoas, em Pernambuco, existem na ativa apenas 1.804 policiais penais, de acordo com dados do Sindicato dos Policiais Penais (Sinpolpen-PE), resultando numa proporção de um agente para 16,6 detentos.
Tal quantidade é bem distante do número de um agente para cada grupo de cinco detentos, recomendado pelo CNPCP (Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Dos 1.354 policiais penais com curso de formação concluído, foram nomeados, desde 2023, apenas 657, restando, ainda, 644 à espera de nomeação, relatam dirigentes do Sinpolpen-PE.
O OUTRO LADO
Procurada pelo Blog, a assessoria de comunicação social do Governo do Estado não retornou o contato até agora. O espaço está aberto a manifestações e a reportagem pode ser atualizada a qualquer momento.









