Por Ricardo Antunes — A coletiva do ex-presidente Lula no Recife acabou rendendo uma polêmica em que o Blog foi alvo de críticas. A cobertura do dia-a-dia impediu que nossa versão pudesse ser divulgada com mais antecedência, o que é um dos males das redes sociais, mas é possível agora detalhar os fatos.
A coletiva de imprensa de Lula atrasou, em função da demora pela chegada da candidata ao Governo, Marília Arraes (Solidariedade). Nisso, vários jornalistas estavam inscritos para perguntar, mas a assessoria do ex-presidente, que atende pelo nome do jornalista José Crispiniano, que há anos trabalha com ele, quis interromper o evento na terceira pergunta. Fomos o único veículo a protestar, e nenhuma palavra desse momento deverá ser retirada.
Os assessores tentaram apressar o fim da coletiva para dar prosseguimento à agenda do dia, que incluía uma caminhada até a tradicional Praça do Carmo, no centro do Recife. Mas agendar uma coletiva para responder apenas três perguntas é um descaso com a imprensa, uma postura que se poderia até esperar do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas não daqueles que o criticam.
Filmei Crispiniano e o apontei como responsável pelo furdunço que ocorreu. Nesse momento, levei um tapa no braço e tive o celular arrancado de minha mão por alguém que no instante não vi quem era, e tive minha reação. Para minha surpresa, tratava-se de uma jornalista que trabalha há mais de uma década com o PT, e que foi minha estagiária há 20 anos.
Coincidência ou não, tirei uma foto com ela e com Betânia Santana assim que cheguei ao local da coletiva. Sempre bom rever os coleguinhas e faz parte.

Nas redes sociais, jornalistas petistas tentaram lacrar em cima de mim, compartilhando uma fake News para jogar para a galera de que eu teria agredido a jornalista. Fake, pulha, conversa mole.
Na verdade, foi a mesma quem tomou a iniciativa de me agredir e de tomar o celular de minha mão – postura que, reafirmo, a torna igual àqueles a quem a própria critica.
Passado o calor do momento, já conversei com os envolvidos para esclarecer a história. Há erros de todas as partes, e também da minha que deveria ter dado por encerrado o problema sem filmar o assessor do ex-presidente.
Erros ainda das partes externas, incluindo pessoas invejosas que sequer presenciaram a discussão e foram na onda de tentar me criticar para ganhar um like ou dois no Twitter.
Não é por essas pessoas que vou me incomodar, afinal não preciso do que elas fazem para “botar o pão na mesa”. Quem me conhece e é leitor do nosso blog sabe o que pensamos de agressões covardes a mulheres, tentativa de censura, ativismo judicial e ditaduras de esquerda ou de direita.

No entanto, devo as satisfações a meus leitores, aos quais agradeço pela confiança e pela defesa pela minha honra e conduta como jornalista profissional de mais de 30 anos.
Também agradeço aos companheiros de batente que não se curvaram à lavagem cerebral que outros tentaram espalhar, e disseram que a narrativa não condiz com a realidade.
Temos áudios e mensagens no zap as quais me deixam sensibilizados. Em algum lugar deve existir espaço para um lugar sem ódio e extremismos.
Especial “thanks a lot” também ao deputado Doriel Barros (PT) que viu todo incidente e falou conosco.
Seguimos firmes e cientes de que estamos em uma campanha com um nível de baixaria que nunca vi desde 2002, quando fiz minha primeira cobertura de uma eleição presidencial.
Continuaremos cobrindo, sem medo de ameaças, caras feias ou “mimimis” Aqui ninguém vai nos lacrar pois nosso Blog é independente e diz tudo o que os outros não podem contar para vc.
Alea jacta est.