Por Ricardo Antunes
A copa acabou e a guerra pelo poder já começou. No caso de Pernambuco com uma inusitada sintonia: Tanto o governador Paulo Câmara (candidato a reeleição pelo PSB), quanto os oposicionistas Armando Monteiro (PTB) e Marília Arraes (cada vez mais perto de tornar-se candidata pelo PT), disputam o espólio de Lula, preso numa cela da PF e condenado a 12 anos e 6 meses por corrupção e lavagem de dinheiro.
Essa semana foi a vez de Armando Monteiro – que tem os tucanos e o DEM na sua chapa – visitar o presidiário em Curitiba. A depender dos comentários nas redes sociais do candidato ele perdeu mais ponto do que ganhou. “Ia votar no senhor, mas não voto mais. Foi uma decepção”, disse um deles.
Armando foi ministro de Dilma e votou contra o impeachment, o que não aconteceu com Paulo Câmara (PSB), que não só apoiou a deposição da ex-presidente, como também liberou seus secretários para assumirem seus cargos e votarem a favor do processo. Afilhado de Renata Campos, o deputado Felipe Carreras já abriu uma cisão interna ao dizer que não vota com Lula de “jeito nenhum”.
Essa semana a guerra na web em torno da questão já começou. Os governistas lançaram uma campanha com o título “Paulo é Lula e Lula é Paulo”.
Nada mais acintoso e que teve pronta resposta do pessoal de Marília Arraes (PT) que devolveu no mesmo tom: “Paulo é Temer e Temer é Paulo”, numa alusão a chapa de Armando, que tem o ex-ministro da Educação Mendonça Filho (DEM) como um dos candidatos à vaga do senado e o apoio do PSDB, que deve indicar a outra vaga com um outro ex-ministro de Temer, o deputado Bruno Ribeiro.
Mesmo perdendo o apoio do PT para na sua chapa, Paulo Câmara (PSB) já mostrou que não abre mão de usar Lula na sua campanha, mesmo que o PSB faça sua opção por outro candidato à presidente, como Ciro Gomes (PDT).

Oposição respondeu ironizando o bordão da campanha dos governistas
Por sua vez, prestes a se tornar a candidata do partido do ex-presidente, Marília Arraes já está com toda sua equipe de comunicação a postos para se colocar como a legítima representante do “lulismo” em Pernambuco.
Com isso, Pernambuco pode ser um dos poucos estados que não terão qualquer candidato que não apresente Lula no seu palanque mesmo com o ex-presidente preso e a mais de 3 mil km de distância. O que importa mesmo é “surfar” na popularidade de Lula que segundo uma pesquisa, tem mais de 60% de simpatia do eleitorado pernambucano.






