Com informações da Assessoria de Imprensa – A Carreata Vacina Já será nesta terça feira (20), no Recife, com partida às 11h do Classic Hall, reunindo grupos de pessoas com deficiência e/ou familiares e apoiadores.
O objetivo do movimento é exigir das autoridades o cumprimento do estabelecido na Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência e na Lei Brasileira de Inclusão: vacinação imediata das PcD contra a Covid-19, pela vulnerabilidade e comorbidades associadas.
Numa ação apartidária, será exigido o reconhecimento do direito, apontado também pela Organização Mundial de Saúde.
O movimento ganhou apoios importantes, como do deputado federal Túlio Gadelha, do deputado estadual Wanderson Florêncio- coordenador da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e Doenças Raras da Assembleia Legislativa de Pernambuco, dos vereadores do Recife, Ivan Moraes, Cida Pedrosa e professor Mirinho, e de Olinda, Jesuíno Araújo.
Artistas também incentivam e apoiam a carreata, entre eles, Nena Queiroga, Gustavo Travassos, Mira Raynne e Almir Rouche. O gingle ficou por conta do talento de Raissa Leal –voz, gravação/captação; Caster – letra e produção; Ivo Lage – direção, edição, mixagem e finalização.
A urgência da vacinação, que deverá ocorrer junto com o grupo de idosos, justifica-se porque alguns grupos, como o das pessoas com Síndrome de Down (T21) acima de 18 anos, tem a vacinação prevista para a terceira fase, a das comorbidades, mas precisa antecipar, pois apresentam “triplo risco” (quadros mais graves da doença, acesso reduzido aos cuidados de saúde/reabilitação, e sociais, causados pelos esforços para mitigar a transmissão do vírus, como o isolamento social) o qual tem um aporte de 10 vezes o risco de óbito por Covid-19, quando comparadas às demais pessoas.
Como pode o direito dos idosos ser assegurado, Recife ser a primeira cidade do Brasil a vacinar pessoas com 64 e 60 anos e não vacina o grupo de pessoas com deficiências , mais vulnerável. Ao contrário de cidades como João Pessoa, Natal, Salvador , que estão vacinando este grupo, aqui, a pessoa com deficiência ainda é invisível.

Parecer técnico científico elaborado pela Universidade Federal de São Paulo para a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, a partir da análise de dados apresentados pelas notificações de casos graves e internados do Ministério da Saúde, conclui que indivíduos com T21 evoluíram ao óbito e a desfechos desfavoráveis em maior prevalência que as pessoas sem a síndrome.
Dados internacionais e nacionais, sanitários e epidemiológicos, entre os quais amplo estudo do Center for Disease Control, dos Estados Unidos, aponta a alta incidência de óbitos, muitas vezes maior em pacientes com comorbidade e deficiência, e que o adiamento da vacinação deles resultará no aumento no número de óbito.
A Associação Nacional do Ministério Público de Defesa dos Direitos dos Idosos e Pessoas com Deficiência – AMPID assinala: “a priorização dos grupos com maior risco de evolução e óbito constitui importante estratégia de redução da sobrecarga na rede assistencial, na medida em que reduz o quantitativo de pessoas que necessitam de internação, sobretudo em leitos de terapia intensiva, maior gargalo assistencial no Brasil”
Vários países já aderiram à priorização da vacinação, junto com o grupo de idosos: Reino Unido, Holanda, Alemanha, França, Portugal, Itália e alguns estados dos Estados Unidos.
No Brasil, o Piauí foi pioneiro na vacinação de Pessoas com Deficiência, seguido por João Pessoa, Rio Grande do Norte e Sergipe. No Mato Grosso do Sul, a imunização para o segmento está acontecendo em Sidrolândia, Dourados, Jardim e Campo Grande.
Pela grande vulnerabilidade, a espera pode ser fatal, por isso grupos representativos de pessoas com diferentes deficiências estarão saindo do Classic Hall, numa grande carreata, seguindo pela avenida Cruz Cabugá para a Câmara de Vereadores, de lá ao Palácio do Governo, Assembleia Legislativa e Prefeitura do Recife.
Não haverá aglomeração, as pessoas devem permanecer nos seus veículos, que serão adesivados e os passageiros receberão máscaras com a logomarca da Carreata Já: Eu exijo #umadosederespeito.
Será também uma carreata solidária, com a arrecadação de alimentos não perecíveis, material de higiene e fraldas infantis G e GG que serão distribuídas com famílias carentes que tenham pessoa com deficiência.
Entre os grupos participantes e apoiadores estão: FBASD- Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, Aspad, Fazendo Acontecer, Lidiere Barros Educação Especial, Down +, Instituto Futuro 21, APABB, Projeto Encontro, Rec Down, Mães Guerreiras, APFA- Associação dos Pais de Filhos Autistas, AMA – Associação de Mães Atípicas, Associação Mães e Anjos Azuis, Novo Rumo, Mães Conectadas pelo Amor, Deficiente Eficiente, Instituto de Inclusão e Cidadania de Pernambuco, Somar, Amar, Super Mães, Bicho Preguiça, Associação de Mães de Anjos de Moreno, Uninassau, Nós Podemos Sim e Novo Jeito.