EXCLUSIVO, Por Luiz Roberto Marinho – Duas das principais commodities exportadas por Pernambuco para os Estados Unidos, além da manga, o açúcar e a uva fresca do Vale do São Francisco, atingidos em cheio pelo tarifaço de 50% aplicado pelo governo americano desde quarta-feira (6), têm mercados alternativos a médio prazo, revela estudo da Fiepe (Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco).
Segundo o Observatório da Indústria, estudo que abrange os cinco maiores itens de exportação do estado, há cinco mercados principais para a uva fresca como opção ao mercado americano, onde a venda da fruta do Vale do São Francisco se torna bastante difícil, pela perda de competitividade com a sobretaxa de 50%.
São opções a China, que tem um potencial de compra de US$ 18 milhões da uva brasileira; Canadá (US$ 11 milhões), Hong Kong (US$ 9,9 milhões), México (US$ 7,7 milhões) e Indonésia (US$ 6,1 milhões de potencial de importação da uva do Brasil).
Como o Vale do São Francisco é na prática o único polo exportador, ao responder por 98% da uva de mesa vendida lá fora pelo Brasil, os cinco países são mercados de elevada atração para substituir as importações americanas, avalia o Observatório da Indústria.

O presidente da Fiepe, Bruno Veloso, explica que se tratam de alternativas de médio prazo, por exigirem contatos e negociações. Ocupando 16 mil hectares de área irrigada no Vale do São Francisco, a uva de mesa obteve uma receita de exportação para os Estados Unidos, no ano passado, de US$ 30,8 milhões. Somando-se as vendas de uva aos EUA nos três anos até 2024, o total exportado acumulou US$ 93,7 milhões.
Para o açúcar, que pode ser armazenado e, portanto, pode aguardar por mais tempo a conquista de novos mercados, o diametralmente oposto ao que ocorre com a manga, prestes a ser colhida no Vale do São Francisco e altamente perecível, explicou Bruno Veloso, a Fiepe identificou três alternativas à sobretaxa de 50% imposta pelo governo americano – China, Índia e Arábia Saudita.
De acordo com o estudo, a China apresenta um potencial de compra do açúcar produzido no Brasil de volumosos US$ 2 bilhões, seguida pela Índia, com um potencial de importação do açúcar brasileiro da ordem de US$ 886 milhões. As possibilidades de compra de açúcar pela Arábia Saudita são estimadas pela Fiepe em US$ 685 milhões. As vendas do açúcar de Pernambuco aos EUA somaram US$ 52,9 milhões em 2024.









