EXCLUSIVO, Por Tatiana Oliveira e Naiara Ribeiro — O coronel Reginaldo Pereira de Oliveira Filho, da Diretoria Integrada Metropolitana (DIM) em Pernambuco, está sendo acusado de agredir sua ex-esposa. As acusações surgem em um momento em que a governadora, Raquel Lyra, promove uma política de tolerância zero contra a violência contra a mulher no estado.
Nossa equipe teve acesso a documentos que mostram que, em julho de 2014, Michelle Fabiana de Góes Cavalcanti, ex-esposa de Reginaldo, conseguiu uma medida protetiva contra ele. A medida estabeleceu um afastamento de 500 metros e proibiu qualquer contato entre eles devido a alegações de violência doméstica.
A determinação da Juíza tem três tipos de impedimentos: “Proibição de aproximar-se da ofendida, fixando o limite mínimo de distância de 500 metros; Proibição de contato com a ofendida, seus familiares por qualquer meio de comunicação; Proibição de frequentar o endereço residencial/local de trabalho da vítima.”

Em agosto de 2015, novas denúncias foram feitas contra o coronel. Michelle alegou que Reginaldo a agrediu fisicamente e também perseguiu o carro do namorado dela. Segundo as denúncias, Reginaldo teria apontado uma arma para o casal e causado danos ao veículo.
De acordo com a denúncia, após levar os filhos de Michelle na escola, o carro que o namorado dela dirigia foi perseguido pelo Coronel Reginaldo, que bateu na traseira do seu veículo por diversas vezes e apontou uma arma para ele durante a perseguição. O Coronel só parou de perseguir a vítima quando ele chegou na 6ª Delegacia de Polícia do Cordeiro, onde foi registrada a ocorrência.
Apesar da gravidade das acusações, o Coronel Reginaldo segue em atividade como chefe da DIM e segundo interlocutores goza de total confiança da governadora. Só não se sabe se Raquel Lyra tem conhecimento desses episódios.

O Outro Lado
A Polícia Militar de Pernambuco confirmou, nesta segunda-feira (05), que o Coronel Reginaldo Pereira de Oliveira Filho, da Diretoria Integrada Metropolitana (DIM), foi mesmo alvo de processo por violência doméstica. Disse, no entanto, que o militar foi punido pela corporação em 2017, mas não entrou em detalhes sobre a punição imposta a ele.
“Após investigação interna, a Secretaria de Defesa Social (SDS) aplicou uma punição disciplinar ao oficial. No entanto, o processo criminal foi arquivado em 2019 e baixado em 2021 pela Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Olinda”, afirma a corporação em nota.
Retificação
Embora o senhor Reginaldo Pereira de Oliveira Filho tenha figurado como representado em procedimento de requerimento de medidas protetivas de urgência no ano de 2014, posteriormente objeto de ação penal em seu desfavor, o processo em questão foi devidamente arquivado no ano de 2019, em razão da extinção da punibilidade do agente pela prescrição da pretensão penal.