Da Redação do Blog – A Compesa (Companhia Pernambucana de Saneamento) aumentou em estratosféricos 801% o preço do uso do seu caminhão de esgotamento sanitário em Fernando de Noronha, denunciam moradores da ilha. O preço de cada viagem saltou de R$ 108,56 para R$ 979,35.
A tarifa foi autorizada por resolução da Arpe (Agência de Regulação de Pernambuco), instituição governamental que regulamenta e fiscaliza os serviços públicos, mas que, pelas novas tarifas dos caminhões coletores em Noronha, parece ter tal função somente no papel, queixam-se moradores da ilha sem acesso a esgoto sanitário.
O reajuste atingiu em cheio os moradores da Vila dos Três Paus, um loteamento que contrata um caminhão por semana para esvaziar as fossas. “Nosso pouco dinheiro só vai dar para esgotar as fossas. Não vai sobrar para alimentação, tratamento de saúde, despesas com educação”, lamentou ao Blog uma moradora da Vila.
Desde maio do ano passado, a Compesa opera dois caminhões de esgotamento sanitário em Noronha, um deles reserva. O veículo principal pode realizar 200 viagens por mês, com capacidade de transportar 11 mil litros de efluentes.
Com 3.167 moradores, conforme o último Censo do IBGE, mas com um fluxo crescente de turistas, que atingiu recorde no ano passado, de 131 mil visitantes, a cobertura do esgoto sanitário abrange 65% da área urbanizada da ilha, conforme a Compesa. A empresa anunciou estar investindo R$ 100 milhões em novas obras de saneamento para que esta cobertura chegue a 70% da área urbana no primeiro semestre de 2026.
O esgoto de Noronha é tratado em duas estações (Boldró e Cachorro), que processam cerca de 150 mil m³ por ano usando 9 mil m³ de redes coletoras. O abastecimento d’água é deficiente, atualmente com um dia de racionamento e outro de fornecimento normal. Nada menos do que 65% do abastecimento vem da dessalinização da água do mar, enquanto 25% se originam do Açude do Xaréu e 10% de poços.
O OUTRO LADO
Tentamos ouvir sem sucesso a Compesa sobre o reajuste dos serviços dos caminhões coletores em Fernando de Noronha. O espaço está aberto as manifestações e a reportagem pode ser atualizada a qualquer momento.