EXCLUSIVO, Por Ricardo Antunes – A confusão desencadeada pelo desembargador aposentado e advogado Bartolomeu Bueno com a Polícia Militar e um motoboy, na noite do último dia 19, na Rua Benfica, no bairro da Madalena, na Zona Norte, quase termina em tragédia
Ele e o sargento Flávio de Almeida Lima se apontaram as armas, o policial no farol e Bueno no retrovisor do seu automóvel, placa SOH7B47, e o PM quase aciona o gatilho.
Testemunhas do imbróglio relataram ao Blog diálogos do confronto, provocado porque o ex-desembargador, embriagado, ameaçara com seu revólver 38 o motoboy Miqueias Santos de Moraes, que chamou a PM.
Após diálogos ásperos de Bartolomeu Bueno com o sargento, ele sacou o revólver da cintura e mirou o militar, que também sacou sua arma. Os dois se miraram.
Sargento – Guarde sua arma, aí. Por que o Sr. não guarda?
Bueno – A arma é minha e não vou guardar, não.
O sargento Flávio de Almeida Lima insistiu, já com o dedo no gatilho, conforme as testemunhas, e Bueno recuou, jogando o revólver sobre o capô. O militar foi pegar a arma no capô, mas o ex-desembargador tomou o revólver de volta.
“Você não vai pegar minha arma, não”, reagiu Bueno, jogando seu revólver no banco do carro.
O motoboy Miqueias de Moraes aproveitou a trégua e temendo um desfecho trágico, recolheu o 38 de dentro do carro, conforme contou em vídeo ao jornalista Emerson Freitas
O confronto começou porque Bueno, segundo as testemunhas, se negou a esperar pela ocorrência policial, já que, em casos com “autoridades”, o protocolo da PM manda chamar um oficial de plantão, o que foi feito.
“O Sr. está está armado aí. O Sr. é alguma autoridade?”, o sargento iniciou a abordagem assim que chegou, vendo Bartolomeu Bueno de revólver na cintura.

O ex-desembargador se identificou e disse:
“Não tem ocorrência aqui, não. Podem desaparecer daqui”.
O sargento Lima, de 47 anos, 18 dos quais na PM, telefonou ao oficial de plantão, seguindo o protocolo da PM.
Nesse meio tempo, Bartolomeu Bueno meteu a mão na maçaneta do carro, entrou e anunciou que estava indo embora. O sargento mandou o soldado Leonardo Medeiros Marques, que o acompanhava, bloquear o automóvel com a viatura da PM.
“Vou embora e quem vai me impedir?”, indagou o desembargador aposentado.
“Eu. É preciso concluir a ocorrência”, respondeu o sargento.
Foi aí que Bartolomeu Bueno, furioso, desceu do carro e empunhou o revólver, resultando na cena de um filme policial com quase um duelo com o sargento.
O tenente conhecido por Ximenes finalmente chegou à cena da confusão e imediatamente bateu continência para o desembargador aposentado. Mandou os colegas de farda se afastarem, informaram testemunhas ao Blog, e determinou o desbloqueio da viatura.
“Está precisando de alguma coisa, doutor?”, ofereceu-se o tenente, perguntando se queria escolta para chegar em casa, oferta recusada por Bartolomeu Bueno. Liberou o desembargador aposentado e não tomou os depoimentos dos colegas e nem do motoboy.
Inconformado com o desfecho do caso, Miqueias Santos de Moraes registrou boletim de ocorrência na Central de Plantões da Capital (Ceplanc), no bairro de Campo Grande, também na Zona Norte. O imbróglio foi remetido à investigação da Delegacia do Cordeiro, na Zona Oeste, classificado como “desacato” e “ameaça”. O episódio foi encerrado pelos dois PMs e pelo motoboy por volta de 3h da madrugada.
O Outro Lado
Ex-desembargador nega ter apontado arma para motoboy e sargento em briga por vaga









