Por Ricardo Antunes
Humilhado e na condição de um ministro barnabé, porque só tem atribuições burocráticas irrelevantes, Ônix Lorenzoni pode ser para Bolsonaro muito pior do que foi Gustavo Bebianno, por várias razões:
– Ônix é um deputado federal experiente e retorna para a Câmara.
– Participou da campanha eleitoral e da montagem do governo. Portanto tem muita informação de bastidores.
– Pertence a um partido político organizado e hoje protagonista na política brasileira.
– Assim como Bolsonaro, Ônix tem um perfil pessoal afirmativo, pavio curto e radical.
– Ônix tem o apoio político do presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional.
– Foi um dos avalistas da candidatura vitoriosa de David Alcolumbre (até então um senador desconhecido do baixo clero) à presidência do Senado.
– Ônix sabe os segredos não só da campanha, como da montagem do governo.
“Noves fora”, é preciso lembrar que o Ministro da Casa Civil fez parte do chamado “núcleo duro” da campanha do “capitão”.
Não é injusto dizer que ele e o advogado Gustavo Bebianno podem ser consideradas as pessoas mais importantes na articulação política e financeira da campanha que levou Bolsonaro ao Palácio do Planalto.
Lembram que o presidente do PSL, Luciano Bivar já disse que a eleição de Bolsonaro não custou apenas o que foi declarado à justiça eleitoral? E que isso é uma fantasia?
Quem, como eu, já cobriu várias eleições presidenciais, sabe que não existe campanha sem “Caixa-Dois”.
Infelizmente, parece que depois de um ano no cargo, Bolsonaro ainda não aprendeu que o Presidente da República não pode tudo. Ou que pode muito pouco.
Talvez ele esteja precisando de uma nova lição de Maia e Alcolumbre para descobrir que, mesmo sendo enxovalhados pelos bolsonaristas e seus robôs na rede social, brigar com o congresso não é uma boa política.
Fernando Collor e Dilma Vana Rousseff que o digam.







