Do Globo — Testemunhas começaram a ser ouvidas na investigação sobre um professor da rede municipal de São Francisco do Sul (SC) que foi denunciado por pais de alunas. O docente é acusado de assediar sexualmente as jovens, que tem de 11 a 15 anos. Até o momento, três boletins de ocorrência foram feitos contra o homem de 65 anos. Em um dos relatos, o professor teria constrangido as estudantes ao afirmar que aumentaria as notas delas mediante uma dança a portas fechadas.
O GLOBO apurou que outras providências já estão sendo tomadas pela Polícia Civil, responsável pelo inquérito. A corporação deve pedir para a Secretaria de Educação as atas das reuniões com os pais das alunas. O intuito é identificar outras possíveis vítimas cujos pais não formalizaram denúncia.
Em uma reunião com a direção da instituição, cerca de 10 famílias teriam comparecido para reclamar da conduta do professor, o que alimenta a expectativa de que novas denúncias sejam formalizadas nas próximas semanas.
A investigação da Polícia Civil, que corre em segredo de Justiça por envolver menores de idade, começou em meados de abril, quando os boletins de ocorrência foram registrados. Segundo a Secretaria de Educação de São Francisco do Sul, o professor está afastado de suas funções desde o dia 28 de março, após uma série de denúncias terem sido feitas diretamente ao órgão.

Nos boletins de ocorrência, toque e abraços inapropriados são mencionados pelos pais das alunas. Uma diz que o professor teria alisado sua coxa, quando ela machucou o pé e não pôde participar da aula de educação física. Segundo o relato de um dos pais, uma outra aluna teria passado a ir à escola apenas com moletons folgados para evitar receber elogios constrangedores ao seu corpo por parte do professor.
Em dois dos relatos constam o momento em que o professor teria oferecido às alunas aumentar suas notas em troca de uma dança, que seria feita com portas fechadas para ‘mais privacidade’.
De acordo com o advogado Pedro Meira, que representa as famílias das alunas, há a expectativa que mais famílias tomem a decisão de buscar a Justiça.
— As crianças já estavam se mobilizando por meio de grupos de Whatsapp para fazer algo. Quando os pais ficaram sabendo se reuniram para levar a questão à escola — conta Meira.