Por Ricardo Antunes
Com o “bate cabeça” e a demora da oposição em encontrar um nome que possa enfrentar a poderosa máquina do PSB, uma outra alternativa começa a ganhar corpo para fechar a equação. A que colocaria o deputado federal Daniel Coelho (PPS) na cabeça de chapa, com as candidaturas do deputado e ex-ministro Mendonça Filho (DEM) para o senado, junto com a do senador Armando Monteiro (PTB) que tentaria a reeleição. Ontem, o blog de Jamildo antecipou que o lançamento da chapa sairá até o final do mês e que Armando deve ser o candidato ao Governo do Estado.
A possibilidade de Daniel ser o candidato a governador, entretanto, não está totalmente descartada. Segundo interlocutores ouvidos pelo blog, essa alternativa já estaria colocada na mesa por algumas variáveis. Uma delas é a que aponta que seria uma chapa mais palatável para o eleitor, com um nome mais “leve” e com mais “vigor” para enfrentar a hegemonia do PSB, que pode ir para 16 anos no comando do estado. O que não é bom para ninguém, nem para a própria democracia onde a alternância de poder é fundamental.
Armando e Mendonça viriam com a força do interior, e Daniel Coelho “arrastaria” bastante votos na Região Metropolitana, hoje, um reduto forte dos socialistas que dominam a maioria das prefeituras. Outro fator importante e que deve ser lembrado: Nenhum dos três políticos estiveram envolvidos com a Lava Jato, o que não aconteceu com o senador Fernando Bezerra Coelho, que teve seu inquérito no STF enviado para o juiz Sergio Moro, pelo ministro Edson Fachin. Mesmo assim, a força política de FBC no sertão é fundamental para o palanque da oposição.
Por duas vezes, Daniel teve a sua bola para ser prefeito do Recife “batendo na trave”. Em 2012, por menos de 1% ele não foi ao segundo turno contra o então prefeito Geraldo Júlio, que tentava a reeleição sem o andor de Eduardo Campos. Em 2016, em um erro de avaliação estratégica – se tivesse feito uma composição com a deputada Priscila Krause (DEM)- Daniel também perdeu a oportunidade de ir ao segundo turno. Nas duas eleições ele teria o apoio dos petistas para o “voto útil” contra os “socialistas”.
Se não teve um mandato exitoso na Câmara Federal, o ex-tucano também não deixou a desejar. No segundo mandato participou ativamente do processo de impeachment e foi um dos “cabeças pretas” que defenderam a renovação do PSDB com a punição dos envolvidos em corrupção. Caso tivesse saído com um mandato estadual era quase certo que estaria liderando as pesquisas já que teria percorrido com mais frequencia todos os municípios de Pernambuco.
Ao que tudo indica, Daniel Coelho, que recentemente se filiou ao PPS, toparia o desafio. Consultado sobre essa possibilidade, o deputado Mendonça Filho (DEM), não teria qualquer objeção, e aceitaria concorrer ao senado. Falta apenas convencer o senador Armando Monteiro Filho (PTB), que teria que adiar seu “sonho” de ser governador de Pernambuco por mais quatro anos.
Resumindo: A velha e boa frase de Marco Maciel “quem tem prazo não tem pressa” não serve para a oposição pernambucana. Ou ela se organiza e deixa de lado os interesses pessoais para tentar enfrentar o poder do PSB, ou a tendência é que a nau morra novamente quando chegar na beira da praia.
Isso, claro, vale também para o PT, que teria muito mais a ganhar com a candidatura de Marília Arraes, do que fazer uma nova composição com os socialistas, que é tudo que o senador Humberto Costa (PT) deseja, para tentar sua reeleição e que é tema do nosso novo post.
Resumindo: Já passou da hora da oposição partir para o confronto com o Governo Paulo Câmara (PSB).






