EXCLUSIVO, por Luiz Roberto Marinho – As imagens do projeto da CM Engenharia na área do Clube Português, que será apresentado na noite desta terça-feira (3) para aprovação dos sócios-proprietários em assembleia geral, revelam um megaempreendimento, cuja construção enfrenta resistências de boa parte dos frequentadores do clube.
O projeto prevê um shopping center, em cuja cobertura seria relocado o Clube, e quatro torres, uma residencial e as três restantes comerciais, em troca de uma participação do clube, em percentual ainda não revelado, no faturamento do shopping. Não há ainda informações sobre custos e prazos de construção, que deverão ser detalhados pela diretoria da construtora na assembleia-geral, que começa às 19h.
Como divulgou o Blog, pelo menos 179 sócios-proprietários foram impedidos de participar da assembleia geral, diminuindo o quórum para a aprovação do projeto, porque não receberam os boletos para pagamento de suas mensalidades.

Um desses sócios tentou obter os boletos na secretaria do clube, na manhã da segunda-feira (2), com o objetivo de participar da assembleia, mas a emissão foi negada. Só podem participar os sócios-proprietários em dia com as mensalidades.
O edital de convocação da assembleia geral confirma “a relocação das atuais dependências sociais e esportivas do Clube na cobertura do Empreendimento”. Sócios contrários ao megaprojeto indagam como passaria a funcionar o clube durante as obras. Seria desativado, transferido para outro lugar?, perguntam. Questionam, também, que na cobertura do shopping, numa altura equivalente ao décimo andar, o Clube Português não será o mesmo.
Funcionando há mais de 90 anos num endereço nobre da Zona Norte, na Avenida Conselheiro Rosa e Silva, no bairro das Graças, o Clube Português, declarado Patrimônio Cultural Imaterial do Recife pela Câmara Municipal em novembro passado, ergueu ao longo dos anos uma grande estrutura social e esportiva.

Possui ginásio, restaurante, vários salões, três piscinas, uma das quais olímpica, uma quadra de tênis, um campo de futebol society. Caberia tudo isso numa cobertura de shopping? Alguns sócios acham que não comportaria e por isso são contrários ao megaempreendimento.
Desde o início de 2022 a CM Engenharia tenta convencer os dirigentes do Português a abrigar o projeto, que sempre foi discutido reservadamente, até 17 de maio, quando houve a primeira convocação da assembleia geral.
A construtora é dona dos Shoppings Boa Vista e Patteo, em Olinda. Seu proprietário, o empresário Celso Muniz, já foi candidato a prefeito de Olinda em 2020, pelo MDB, e nas eleições de outubro último integrou como vice, pelo PCdoB, a chapa do candidato derrotado Vinícius Castello (PT).









