Por Metrópoles – Os alertas de desmatamento no Cerrado aumentaram nos dois primeiros anos do governo Lula (PT), superando os números do início da gestão Bolsonaro (PL).
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, em 2023, o Cerrado perdeu 7.848 km² de vegetação, com 16.773 alertas emitidos pelo sistema Deter. Em 2024, houve redução para 5.901 km², mas os alertas subiram para 17.158.
Nos primeiros anos de Bolsonaro, os números foram menores:
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2019: 4.761 km² desmatados, 15.612 alertas;
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2020: 4.400 km² desmatados, 10.803 alertas.
O maior índice do governo anterior foi em 2022, com 5.462 km² desmatados.
Cerrado mais vulnerável
Especialistas apontam que o foco na fiscalização da Amazônia pode ter deixado o Cerrado desprotegido. Segundo Raimundo Barbosa, especialista em planejamento ambiental, a expansão da agricultura, especialmente da soja, é um dos principais fatores da devastação.

“Se o Cerrado desaparecer, ficaremos sem água. Ele é o berço das águas. O desmatamento aqui já é crítico e, se continuar assim, pode levar à extinção do bioma até 2030”, alerta Barbosa.
O Brasil enfrenta a pior seca já registrada, segundo o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), o que agrava ainda mais a situação.
Cenário em 2025
Os números de 2025 indicam uma redução no desmatamento. Entre janeiro e 14 de março, foram destruídos 952 km², contra 1.250 km² no mesmo período de 2024.
Mesmo assim, a área devastada já equivale a mais do que as cidades de Goiânia (GO) e Recife (PE) juntas.
Os dados do Prodes, sistema oficial de monitoramento, indicam que, em 2023, foram destruídos 1.971 km² no Cerrado, enquanto em 2024 a área caiu para 723 km².
Na contramão: desmatamento da Amazônia recua
Enquanto o Cerrado sofre, a Amazônia Legal registrou o menor número de alertas de desmatamento para fevereiro desde 2016. No último mês, foram 80,95 km² desmatados, com 196 alertas — o menor índice já registrado para o período.
No acumulado de 2025, a devastação soma 260 km², contra 333 km² no mesmo período de 2024, indicando desaceleração do desmate.









