Da Redação do Blog – Um documentário de 38 minutos no YouTube intitulado “Dom Helder Câmara, o santo fake comunista”, conduzido pelo professor de História Marcelo Andrade, que tem editora, canal no YouTube com 351 mil inscritos e blog, revoltou parlamentares pernambucanos, federais e estaduais, à direita e à esquerda.
No documentário, o professor Marcelo Andrade conduz um especialista do Recife em monumentos religiosos pela Igreja das Fronteiras, ao lado da qual morava Dom Helder, pelo Memorial Dom Helder e pela Igreja da Sé, em Olinda, como uma visita turística, mas com críticas ácidas ao cultuado ex-arcebispo de Olinda e Recife.
“A pobreza era marketing dele”, comenta Marcelo Andrade a certa altura do vídeo. “Ele gostava de viajar e não governar”, afirma, mais à frente, diante da observação do especialista, que conduz a visitação e é chamado apenas de Gustavo, de que na gestão de Dom Helder quem administrava o arcebispado era o bispo auxiliar Dom José Lamartine.

Outras afirmações no documentário são de que a gestão de Dom Helder foi “desleixada” na conservação das igrejas e criticam ter sido sepultado com a bandeira do MST, “com a bandeira de um movimento político”.
Em ofícios de solidariedade à diretora-executiva do Instituto Dom Helder Câmara, Virgínia Castellar, o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE) escreve que o vídeo “distorce a trajetória e o legado de Dom Helder”. Para a senadora Teresa Leitão (PT-PE), o documentário “deturpa sua imagem (de Dom Helder) com afirmações ofensivas e descontextualizadas”.
Segundo o deputado federal Waldemar Oliveira (Avante), “a produção tenta em vão desmerecer a biografia de quem lutou por décadas contra as desigualdades sociais”. O senador Fernando Dueire (MDB-PE) pontua que o vídeo teve “a intenção deliberadamente maldosa de atacar a memória de Dom Helder”.
Protestos foram encaminhados a Virgínia Castellar também por integrantes da Alepe (Assembleia Legislativa de Pernambuco). O deputado João Paulo (PT) disse que o vídeo “afronta de maneira desrespeitosa e leviana a memória de Dom Helder”. Para o deputado Waldemar Borges (PSB), o documentário “incita o ódio, dissemina a desinformação e agride a memória de Dom Helder”.

Defensor da pena de morte no Brasil, o professor Marcelo Andrade é mestre em Educação e doutor em Ciências Humanas pela PUC do Rio de Janeiro, na qual foi professor. Tem doutorado na Universidade de Valência, na Espanha.
Possui uma editora, a Caravelas, que publicou seus oito livros, entre os quais “O Marxismo Exposto”. É dono também da Escola Caravelas, que, pelo preço de R$ 579 à vista ou 12 parcelas de R$ 59,70, fornece vídeos de cursos de História ministrados por ele. O polêmico documentário sobre Dom Helder integra a série “Viagens Caravelas”, como parte do Caravelas Podcast.









