Do O Globo – Candidato à reeleição na França, o presidente Emmanuel Macron saiu na frente no primeiro turno das eleições presidenciais deste domingo e obteve uma vantagem sobre de Marine Le Pen maior do que a prevista nas pesquisas pré-eleitorais, apontam os levantamentos de boca de urna, divulgados às 15h de Brasília, logo após o fechamento das urnas.
Enquanto as pesquisas apontavam em média 26% para Macron e 23% para Le Pen, candidata da direita radical, o que configuraria empate técnico, o presidente deve ter entre 28% e 29%, contra 23% ou 24% de Le Pen.
As eleições foram marcadas também pelo esvaziamento total dos partidos tradicionais. Herdeiro do gaullismo, o partido Os Republicanos, segundo a boca de urna, teve menos de 5% dos votos com a candidata Valérie Pécresse. Já o Partido Socialista, representado pela prefeita de Paris Anne Hidalgo, só teve cerca de 2%. Além disso, chama a atenção o bom desempenho do candidato da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon, que deve ter por volta de 20% dos votos e ficará em terceiro, subindo também três pontos em relação à média das pesquisas de intenção de voto.
Os apoiadores de Mélenchon, do partido França Insubmissa, serão decisivos no segundo turno de 24 de abril, e é incerto se ele irá apoiar algum dos candidatos. Frente à mesma escolha em 2017, ele declarou-se neutro.
Antes das eleições, Mélenchon afirmou que esta seria sua última candidatura em uma eleição presidencial. Em seu discurso, ele não chegou a declarar apoio explícito a Macron, mas enfatizou que seus apoiadores “não devem apoiar Le Pen”.
— Sabemos em quem nunca vamos votar. Vocês não devem apoiar Le Pen. Não devemos dar um só voto à senhora Le Pen — disse.
As últimas pesquisam apontavam Macron e Le Pen em empate técnico também no segundo turno, daqui a duas semanas. Macron esteve ausente da campanha durante a maior parte do tempo e concentrou-se no front diplomático do conflito ucraniano. O presidente liderava de forma relativamente confortável o embate eleitoral em todos os cenários projetados pelas pesquisas, mas sua vantagem se reduziu às vésperas do primeiro turno com o avanço de Le Pen, do partido Reunião Nacional (RN).







