Por Ricardo Antunes – Para os que estiveram presentes na missa de sétimo dia do ex-governador Joaquim Francisco, realizada na última terça-feira (10), e que lotou a Igreja Matriz de Casa Forte, o momento mais emocionante da cerimônia foi a leitura de uma mensagem feita pelo neto Carlos Eduardo Guimarães Cavalcanti, no final da celebração. A carta, que foi escrita pela ex-primeira dama do estado e viúva de Joaquim, Silvia Couceiro de Freitas Calcalcanti, relembrou momentos da vida do casal, que viveu junto por 51 anos, sendo 49 anos de casados e 2 anos de namoro.
No texto, Silvia relembrou momentos da trajetória pessoal de Joaquim Francisco e do casal, dos desafios que eles enfrentaram, das alegrias, das tristezas. Ela também trouxe trechos de uma carta que ele havia feito pra ela antes de morrer agradecendo todo o apoio dado no momento da doença. A ex-primeira dama também fez um agradecimento especial aos médicos do Hospital Português, onde o político estava realizando tratamento contra o câncer, aos familiares, e amigos que estiveram presente nesse momento difícil.

Confira o texto na íntegra:
Joaquim, senti uma vontade enorme de falar para agradecer a você por todos esses anos que juntos passamos e pela família linda e maravilhosa que formamos. Foram anos fecundos de muitas realizações, crenças na solidariedade, no trabalho, na lealdade e com a casa sempre cheia de alegria.
Anos de felicidade e de sólidas construções e grandes desafios, desafios esses que sempre foram vencidos pelo amor, compreensão, respeito à luta e apoio da família. Os anos passando, os netos crescendo e a gente vencendo e vivendo uma vida reta, de muito trabalho, coerência, bondade e responsabilidade, não só entre nós, mas com todos em nossa volta.
Preservamos sempre em todo esse trajeto, os valores éticos e morais que herdamos de nossos pais e passamos para nossas filhas, que sempre nos deram prazer e felicidades. Sofremos e erramos em dados momentos, mas união é partilha e divisão de responsabilidades, convicção de que vale a pena acreditar no sucesso da virtude.
Durante esses dois últimos anos, sofremos, nos alegramos, choramos, fomos felizes e amamos. Me emocionei ao encontrar em um das gavetas se seu birô um dos tantos bilhetes que você sempre fazia para mim, agradecendo a força que nós tínhamos dado a você num dos momentos mais difíceis de nossas vidas.
Suas palavras aqui descritas: “Hora de sofrer, construir, vencer, e agradecer. Talvez a mais permanente e duradoura hora seja a de agradecimento. Você foi uma grande guerreira: leal, decidida, solidária e sobretudo amiga, agregou a todos com a ideia de juntar os queridos filhos e netos e construiu um castelo de apoio que foi essencial no enfrentamento de minha doença, após tantos anos de lutas para remover obstáculos juntos; talvez esse tenha sido o maior, e ficou pequeno com o tamanho da solidariedade sua, de nossas filhas, netos, genros e amigos.
Obrigado, muito obrigado pelo amor, carinho e tolerância, saberemos construir estradas, pontes e novos caminhos, conosco não tem ladeira, só tem chã”. Hoje eu também agradeço a todo o corpo do Hospital Português do Recife, aos médicos, enfermeiras, técnicas de enfermagem, e todos que por nosso caminho passaram nesses últimos meses.
Aos amigos e a família, o que tenho a dizer é o meu muito obrigada pelo apoio nesse momento tão difícil, vocês foram essenciais nessa luta. Às minhas filhas, genros e netos, o meu agradecimento pelo amor, pela companhia no dia a dia no hospital e agora.
E a você, Joaquim, o meu amor e gratidão eterna. Muito obrigada por ter feito parte da minha vida nesses 49 anos de casados e 51 anos de convivência diária. Um dia nos reencontraremos, te amarei eternamente.
Silvia”









