Da Redação do Blog – Dados do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) revelam que o funcionário municipal Estevan Rodrigues da Silva, demitido de uma prefeitura no interior de São Paulo por acumular cargo na Prefeitura de Quipapá, no Agreste, é dono de uma empresa que faturou, este ano, mais de R$ 130 mil por serviços supostamente prestados às Câmaras Municipais de Tacaimbó e de São Caetano, também no Agreste, e ao Instituto de Previdência Social do Município de Quipapá (QuipapáPrev).
O site “Tome Conta” do TCE-PE informa que a EDRS Assessoria em Gestão Empresarial, com sede em Osasco (SP) e pertencente a Estevan Rodrigues da Silva, faturou, desde o início do ano, R$ 5.100 mensais da Câmara Municipal de Tacaimbó. Na Câmara Municipal de São Caetano, o faturamento foi de R$ 38.400 e do QuipapáPrev a empresa obteve ao menos R$ 45.990.
As ordens de empenho relatam que tanto para os vereadores de Tacaimbó quanto de São Caetano, a EDRS prestou “serviços de assessoria técnica na área de gestão pública, em acompanhamento e emissão de parecer na formalização de projetos de lei, requerimentos e demais atos do plenário e de controle interno”.
Já para o QuipapáPrev, presidido por Mizael Bezerra, cunhado do prefeito reeleito do município, Genivaldo Temóteo Bezerra, o Pité (Republicanos), a empresa de Estevan Rodrigues da Silva prestou “serviços advogatícios na área pública, acompanhamento e emissão de parecer na formalização de aposentadorias” e também serviços de advogacia em processos nos quais o instituto de previdência é réu.
Tudo isso ocorreu com Estevan Rodrigues da Silva no cargo de controlador geral da Prefeitura de Quipapá, nomeado desde 2 de janeiro, com 30 horas semanais e salário de R$ 7.500,00 para, entre outras funções, combater a corrupção na administração municipal, e no qual ainda permanece.
Ele acumulava a controladoria com o cargo de secretário de Esportes da cidade de Elias Fausto, no interior paulista, a quase 2.700 quilômetros de Quipapá, do qual foi demitido semana passada por dupla função, proibida em lei para funcionário público, à exceção de quem trabalha na área de saúde e no magistério. Ganhava R$ 8.489,88 mensais em Elias Fausto.
O g1 apurou que a EDRS era inicialmente, em 2012, a Comercial Adocicado, com capital social de R$ 100 mil, empresa de comércio varejista de doces, balas e bombons, segundo a Junta Comercial do Estado de São Paulo. Mudou, em 2018, para EDRS Assessoria em Gestão Empresarial.
O capital da EDRS aumentou para R$ 150 mil e o objeto social foi alterado para “treinamento em informática, atividades de apoio à educação, tratamento de dados, provedores de serviços de aplicação, serviços de hospedagem na internet e atividades de apoio à gestão de saúde”.
Em nota ao g1, Estevan Rodrigues da Silva informou que a empresa presta serviço há mais de cinco anos “ com excelência”. Na nota, diz ele que a EDRS “tem associados competentes, que seguem prestando serviços de qualidade”, e que “ toda a narrativa criada será rechaçada e a lisura será comprovada”.
Veja os documentos:








