Martìn Fernandez de O Globo.
Pode-se culpar as zebras, a disparidade econômica, o VAR, o pragmatismo defensivo de uns, o Sobrenatural de Almeida rodriguiano ou até o colonialismo. Mas o fato é que só restam europeus na Copa do Mundo. E, pela primeira vez na História, o Velho Continente levará o caneco para casa em quatro mundiais consecutivos.Quando assumimos que o melhor futebol de clubes é praticado há anos na Europa, a hegemonia deste ano não espanta. Mas é surpreendente que os últimos campeões do torneio, Espanha e Alemanha, não estejam entre os remanescentes, sem contar a tricampeã Itália, que nem se classificou. Neste panorama, a ausência de gigantes como Brasil e Argentina na disputa pela taça é preocupante.
Dos europeus que lutam pelo título, de um lado há trabalhos de longo prazo — como a França comandada há seis anos por um Didier Deschamps que tem em mãos o melhor elenco francês desde o vitorioso time de 20 anos atrás — e a obra em progresso da rejuvenescida Inglaterra, além da “ótima geração belga”, que ganhou corpo ao bater o Brasil, e chega às semifinais sem dever nada aos franceses, no que será, para muitos, a final antecipada.
No meio do caminho está a Croácia, muito conservadora na vitória por pênaltis sobre a Dinamarca. A verdade é que o placar de 3 a 0 contra um dos escretes argentinos mais desgovernados de todos os tempos não serviu de parâmetro para avaliar os croatas.
O time de Zlatko Dalic ainda não mostrou futebol coletivo à altura de seus jogadores mais habilidosos, como Modric, um dos melhores centro-campistas do planeta, ao lado de nomes como o belga Kevin de Bruyne, que atua com excelência em qualquer posição do meio de campo.
Do outro lado, estão os azarões e franco-atiradores times da Rússia e da Suécia. Depois de fazer uma preparação desastrosa para o campeonato, os anfitriões abandonaram a linha de três zagueiros, adotaram um 4-2-3-1 mais arejado na primeira fase e se classificaram em segundo lugar no Grupo A. A nova surpresa veio nas oitavas de final, quando o técnico Stanislav Cherchesov armou um 5-3-2, a Rússia se defendeu bravamente e eliminou a favorita Espanha nos pênaltis.






