Da Redação do Blog – Removidas dos prédios-caixão em que moravam há 18 anos, interditados por risco de desabamento, famílias do Conjunto Habitacional Juscelino Kubitschek, no bairro de Rio Doce, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, estão com o auxílio-aluguel atrasado há três meses.
“Muitas pessoas estão sofrendo ameaças de despejo, por atraso no pagamento do aluguel, e se desesperam porque, de uma hora para outra, podem estar jogadas na rua e sem ter para onde ir”, denuncia um dos beneficiários do auxílio-aluguel.
O Conjunto Habitacional Juscelino Kubitschek tinha 152 prédios de apartamentos, abrigando mais de 3.500 famílias, e ao menos 65 deles já foram demolidos. O auxílio-aluguel varia entre R$ 620 e R$ 1.200 e é pago pelas seguradoras dos prédios-caixão via Caixa Econômica, depositado nas contas bancárias de quem foi removido.
Foi concedido, por alvará na Justiça, a quem não aderiu à indenização de R$ 120 mil oferecida pelo governo. Quem não aderiu espera uma indenização maior pelo imóvel perdido, questão que está com julgamento suspenso no STJ (Superior Tribunal de Justiça) desde agosto de 2024.
Erguidos nos anos 1970 em quase todo o país como habitações populares, os prédios-caixão foram construídos sem vigas, pilares e concreto armado e com material de baixa qualidade. Defeitos de construção são justamente a sua característica e por isso estão proibidos há 20 anos. Têm o nome por causa do formato.
Os desabamentos dos prédios-caixão já causaram 54 mortes na Região Metropolitana do Recife desde 1977, das quais 14 de uma só vez no Conjunto Beira-Mar, em Paulista, na RMR, em 2023. Estudo do Itep (Instituto de Tecnologia de Pernambuco) identificou 226 prédios-caixão com risco muito alto de desabamento e outros 2.120 com risco alto.









