Por Luiz Roberto Marinho – A ex-secretária da Diretoria Externa de Controle do Tribunal de Contas de Pernambuco Sandra Cristina Neves de Queiroz Soares é suspeita de fraudar o concurso para delegado da Polícia Civil em 2024, aponta a investigação da Polícia Federal sobre ilegalidades no Concurso Nacional Unificado (CNU) do ano passado.
A PF descobriu que Mariana Abreu, envolvida na quadrilha que cometeu fraudes no CNU, prestou o concurso no lugar dela. Sandra Cristina foi exonerada do cargo no TCE-PE no dia 7 de outubro último, um dia depois da deflagração da operação da PF. Mariana, que se passou por Sandra, não foi aprovada no concurso para delegada da Polícia Civil de Pernambuco.
Sandra também se inscreveu no concurso do TCE-PE, suspenso por fraudes, mas não realizou a prova. Ela pleiteava os cargos de analista de gestão e analista de controle externo. As provas foram realizadas nos dias 31 de agosto e 7 de setembro.
O concurso do TCE-PE foi suspenso por conta da aprovação de Laís Gisely Nunes de Araújo, apontada pela PF como integrante da organização criminosa que fraudava concursos, desmantelada na Paraíba.
Laís participou ao menos de 14 seleções com suspeita de fraude, três das quais em 2022, segundo as investigações.
Questionado sobre a relação de Sandra com o concurso suspenso, o TCE-PE afirmou que ela ocupava cargo administrativo, “sem atuação de fiscalização”. Disse a nota do TCE-PE que “Sandra Cristina jamais integrou a comissão organizadora do concurso.”
Segundo o TCE-PE, “é importante dizer que não há nada na lei que impeça um servidor comissionado, cedido ou terceirizado de prestar concurso para a instituição onde trabalha.”
Disse ainda a nota do tribunal que “tratando-se de cargo de livre nomeação, a instituição optou por exonerá-la ao tomar conhecimento do inquérito da PF, ainda que os fatos relatados não se relacionassem ao atual concurso do TCE-PE.”.
O advogado contatado pela reportagem do UOL defende Sandra em outro caso, mas em contato com a cliente, ela informou que não tinha interesse em falar. O espaço segue aberto para manifestação.








