Do Blog de Noelia Brito – A investigação da Polícia Federal (PF) sobre fraudes em concursos públicos identificou que Anacleide Pereira Feitosa e Sandra Cristina Neves de Queiroz Soares, inscritas no concurso para agente e delegado da Polícia Civil de Pernambuco, não entraram na sala nos dias da prova. Quem se apresentou aos fiscais, exibiu documento e respondeu às questões no lugar das duas foi Mariana Abreu Andrade Cirilo, enfermeira de 32 anos, servidora em Alagoas e apontada como executora recorrente desse tipo de fraude.
O ponto de partida foi a análise da nuvem de dados de Laís Giselly Nunes de Araújo, a “candidata gênio”, investigada como uma das integrantes do esquema e presa na Operação Última Fase, deflagrada na última semana.
Entre os arquivos, peritos localizaram fotografias feitas de dentro da sala do concurso da Polícia Civil e a imagem de uma CNH em nome de Sandra e Anacleide, mas com a foto de Mariana. As imagens da CNH foram geradas na véspera da prova, o que, para os investigadores, indica um documento produzido para viabilizar a substituição.

No caso de Pernambuco, as fotos do caderno foram tiradas durante a aplicação, reforçando a suspeita de que os registros também alimentavam outros braços do esquema.
Já o nome de Sandra voltou a surgir no inquérito ao lado do da filha, Mylanne Beatriz Neves de Queiroz Soares, quando a PF cruzou gabaritos do Concurso Nacional Unificado (CNU) de 2024 para o cargo de auditor fiscal do trabalho.
Segundo a investigação, mãe e filha apresentaram respostas absolutamente idênticas às de Ariosvaldo Lucena de Sousa Junior e Valmir Limeira de Souza, ambos investigados. A coincidência, inclusive na única questão errada, foi classificada pelos técnicos como estatisticamente incompatível com o acaso.








