Do JC – A Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) se posicionou contra o projeto que pretende instalar um zeppelin na cobertura de dois prédios tombados no Marco Zero do Recife — indo, assim, de encontro à decisão do superintendente estadual do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que o aprovou na última semana.
O parecer técnico publicado nessa segunda-feira (11) pelo órgão apontou que a proposta de inserir novos pavimentos nas lajes das edificações “altera significativamente a forma e a volumetria dos bens, assim como a relação de escala e gabarito”, não sendo “compatíveis com a preservação dos atributos reconhecidos no Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico do Antigo Bairro do Recife”.
Contudo, deixa claro o entendimento de que “é viável a aprovação de uma proposta de ocupação da cobertura dos imóveis, desde que em consonância e harmonia com as características valoradas do conjunto acautelado”.
A resposta veio após provocação dos arquitetos e urbanistas Natália Vieira e Rodrigo Cantarelli, coordenadores do Núcleo Pernambuco do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), e de Augusto Ferrer, presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil no Estado (IAB-PE), que pressionam para que a proposta seja revista.
A Fundarpe tem prerrogativa legal para opinar sobre projetos de conservação, reparação e restauração desses patrimônios, já que todos os bens tombados pela União são automaticamente também tombados pelo Estado. Contudo, normalmente segue a decisão do órgão superior — o que faz do parecer contrário uma raridade.