O TCE vai punir os responsáveis pelo abandono do Museu de Arte Comtemporânea que pertence a Fundarpe administrada pelo PC do B. Segundo o tribunal a gravidade da situação predial do Museu é tamanha que, em maio de 2016, um artista fez uma denúncia de que uma de suas obras, exposta no Museu, foi danificada. Os técnicos também registraram que a precária situação da casa que abriga a reserva técnica está pondo em risco as obras. Há várias infiltrações de água na casa da reserva técnica (uma espécie depósito das obras mais valiosas).
Os banheiros estão também em condições insalubres e as instalações elétricas deterioradas criam risco de incêndio. Até mesmo a placa de sinalização turística do Museu se encontra “pichada” e vandalizada.
Ao receber o relatório, a relatora do processo, Teresa Duere, enviou de imediato um “alerta de responsabilização” à presidente da FUNDARPE, Márcia Souto, cobrando a adoção imediata de providências.
O TCE pediu, ainda, que o Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO) adote todas as providências para a responsabilização judicial dos envolvidos com o abandono do Museu.
Dentre as peças do Museu, que estão sob risco, está o quadro “Enterro”, de Cândido Portinari, que foi avaliado em mais de 1 milhão de reais em 2010.
Esta fiscalização do TCE não tem relação com as recentes denúncias sobre shows em Pernambuco. Entretanto, segundo técnicos do órgão, está no mesmo contexto de análise das prioridades na aplicação de recursos estaduais em turismo e cultura.
Teresa Duere, conselheira do órgão, ao abrir a auditoria na EMPETUR e FUNDARPE sobre os áudios do cantor André Rio, anunciou que quer abrir um amplo debate, com o Governo do Estado e a classe artística, sobre os critérios para aplicação dos recursos estaduais na área. Para Teresa, há prioridade com shows e festas, em detrimento de atividades que realmente valorizam a história e tradição cultural pernambucana.
A falta de recursos para manutenção do Museu estadual vem a público semanas após o Governo do Estado liberar 3 milhões de reais em patrocínio, para o São João de Caruaru. Pela festa, a Prefeitura de Caruaru pretendia pagar, com recursos municipais, um cachê de 575 mil reais para o cantor Wesley Safadão. Após a repercussão negativa, a Prefeitura cancelou o empenho, dizendo que o cachê seria pago com os recursos de patrocínio, dentre os quais estariam os 3 milhões de reais enviados pelo Governo do Estado.
Ainda não há informação oficial sobre a origem dos recursos para o pagamento do cachê de 575 mil reais, mas o TCE e o Ministério Público Federal (MPF) abriram procedimentos para investigar a questão. O cantor, durante o show, se comprometeu a doar o dinheiro para instituições de caridade.







