Da Redação do Blog — Os ministros da Fazenda e do Planejamento, Fernando Haddad e Simone Tebet, anunciaram nesta quinta-feira (30) a proposta do chamado “arcabouço fiscal”. Se aprovada pelo Congresso, a nova regra para as contas públicas substituirá o teto de gastos vigente desde 2017 como novo parâmetro para limitar os gastos do governo.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conta com essa nova proposta para priorizar os gastos com saúde, educação e segurança, aumentar o investimento público, impulsionar o crescimento econômico e, ao mesmo tempo, garantir o controle da dívida pública e da inflação.
O quadro fiscal pode ser comparado a uma caixa de ferramentas com a qual a equipe econômica trabalhará para evitar um aumento maior da dívida pública.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/v/l/SuUAb6Q1W2MnDLzOHH6g/haddad-e-tebet.jpeg)
O que propõe o novo quadro?
A proposta prevê que, a cada ano, o crescimento máximo do gasto público seja de 70% do crescimento da receita primária (ou seja, a receita do governo com impostos e transferências).
Esses dados serão considerados entre agosto de um ano e julho do ano seguinte, para permitir a inclusão de metas na proposta orçamentária.
Intervalo para a meta de resultado principal
O arcabouço fiscal também muda o formato da meta de resultado primário das contas públicas. Esse resultado primário é o equilíbrio entre receitas e despesas do governo, sem considerar o pagamento de juros da dívida. É desejável que o país tenha superávit, ou seja, que guarde parte do dinheiro arrecadado para reduzir a dívida ou formar reservas.
Hoje, a meta de resultado principal é um valor exato. A estrutura propõe um intervalo, ou “faixa”, de resultados possíveis. O modelo é semelhante à meta de inflação que já existe hoje – que funciona com um valor central e uma faixa de tolerância, para cima ou para baixo.
Segundo o governo, a “banda” ficará com crescimento real do gasto primário entre 0,6% a 2,5% ao ano.<
Estão excluídas dos limites as despesas do Fundeb e do piso da enfermagem, por serem normas constitucionais vigentes.
Quais são os objetivos?
- zerar o déficit público da União no próximo ano;
- superávit de 0,5% do PIB em 2025;
- superávit de 1% do PIB em 2026.
- Segundo o governo, com o novo quadro será possível estabilizar a dívida pública da União até 2026, último ano do mandato do presidente Lula, em no máximo 77,3% do Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, a dívida pública não é uma meta, mas sim um objetivo do governo.
Alguns especialistas defenderam que o novo quadro deveria ter uma meta para a dívida pública, mas o entendimento da equipe econômica é que a dívida tem variáveis que não são controladas pelo governo.









