Por Klauson Dutra – CBN São Paulo – O grupo terrorista Hamas libertou três reféns israelenses, dando início ao acordo de cessar-fogo que entrou em vigor neste domingo (19).
Elas fazem parte do primeiro grupo de 33 reféns que serão libertados pelo grupo terrorista nos próximos dias. São elas:

Romi Gonen (24 anos): foi sequestrada em uma emboscada enquanto tentava deixar o festival Supernova;
Emily Damari (28 anos): possui nacionalidade britânica-israelense e foi sequestrada no Kibutz Kfar Aza, no sul de Israel;
Doron Steinbrecher (31 anos): enfermeira veterinária que morava em Kfar Aza e foi rendida dentro do próprio apartamento.
As mulheres foram entregues à Cruz Vermelha, por volta de 12h (Brasília) e já se encontram em Israel. Segundo autoridades israelenses, elas estão bem e recebendo atendimento médico, com especialistas de assistência social e psicólogos, para ajudar na transição inicial antes de serem levadas às respectivas famílias.
Já o serviço prisional de Israel informou que começou a transferir os prisioneiros palestinos envolvidos na troca pelas reféns. A lista não inclui nenhuma liderança do Hamas ou de outros grupos terroristas. Muitos são mulheres, crianças e outras pessoas que foram detidas recentemente e não foram julgadas.
O acordo de cessar-fogo entrou em vigor neste domingo (19), com três horas de atraso após o grupo terrorista demorar para divulgar a lista das primeiras reféns que seriam libertadas.
O tratado foi dividido em três etapas. A primeira fase vai durar seis semanas, durante as quais 33 dos 98 reféns restantes serão libertados em troca de quase 2 mil prisioneiros e detidos palestinos.
A guerra de 15 meses que trouxe devastação e mudanças políticas sísmicas ao Oriente Médio. Pelo menos 46 mil e 913 palestinos foram mortos e 110.750 ficaram feridos desde que Israel iniciou sua guerra em Gaza, diz o Ministério da Saúde
O Blog do Ricardo Antunes elencou os fatos mais importantes do conflito e os relaciona a seguir:
2023
7 de outubro: Terroristas liderados pelo Hamas invadem o sul de Israel, matando 1.200 pessoas e capturando 251 reféns israelenses e estrangeiros, segundo contagens israelenses.
30 de outubro: Exército israelense resgatam uma soldada israelense sequestrada em 7 de outubro.
21 de novembro: Israel e Hamas anunciam uma trégua de sete dias para trocar reféns mantidos em Gaza por palestinos presos em Israel e permitir a entrada de mais ajuda.
Cerca de metade dos reféns – mulheres, crianças e estrangeiros – foram libertados em troca de 240 mulheres palestinas e adolescentes detidos, antes da retomada da guerra em 1º de dezembro.
15 de dezembro: Forças israelenses matam acidentalmente três reféns israelenses em Gaza. O incidente gera algumas das críticas mais severas dentro de Israel sobre a condução da guerra.
2024
Ao longo do ano, famílias de reféns lideram uma campanha para pressionar os líderes de Israel a garantir a libertação de seus entes queridos. Elas organizam protestos nas ruas, comparecem quase diariamente ao parlamento, encontram-se com líderes mundiais e são frequentemente entrevistadas pela mídia.
12 de fevereiro: O exército israelense informa ter libertado dois reféns durante uma incursão de forças especiais no bairro de Rafah, no sul de Gaza.
29 de fevereiro: Mais de 100 pessoas morrem durante distribuição de comida.
27 de agosto: Forças especiais israelenses recuperam um refém israelense de um túnel no sul de Gaza em “uma operação de resgate complexa”, afirma o exército.
31 de agosto: Israel descobre os corpos de seis reféns assassinados em um túnel do Hamas no sul de Gaza. Suas mortes provocam protestos em massa em Israel, exigindo que o governo negocie um acordo de reféns com o Hamas. Os seis foram mortos a tiros por seus captores 48 a 72 horas antes de serem encontrados, segundo estimativas do ministério da saúde.
7 de outubro: Conflito completa um ano sem perspectivas de acabar.
17 de outubro: Israel mata Yahya Sinwar, número 1 do Hamas, em Gaza.
21 de novembro: Netanyahu e outros membros do governo israelense têm mandados de prisão expedidos pelo Tribunal Penal Internacional.
2 de dezembro: O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, declara que haverá “consequências graves” no Oriente Médio se os reféns mantidos na Faixa de Gaza não forem libertados antes de sua posse em 20 de janeiro.
Trump repetiu essa ameaça nas semanas seguintes, e negociações no Cairo e em Doha para um cessar-fogo em Gaza e um acordo de libertação de reféns ganham impulso.
O governo Biden tentou durante 2024 fechar um segundo acordo de cessar-fogo. Diversas rodadas de negociação falharam ao longo do ano.
2025
8 de janeiro: O corpo de Youssef Ziyadne, um beduíno israelense sequestrado em 7 de outubro de 2023, é encontrado em um túnel em Gaza, juntamente com evidências sugerindo que seu filho também pode ter sido morto. Mais tarde, o exército israelense confirma que o corpo de Hamza, filho de Ziyadne, foi encontrado ao lado dele.
9 de janeiro: Mediadores dos EUA e países árabes avançaram em seus esforços para alcançar um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas em Gaza, mas ainda não conseguiram selar um acordo, segundo fontes palestinas próximas às negociações no Qatar.
11 de janeiro: Exército de Israel aprova plano para retirada da Faixa de Gaza em caso de ordem de Natanyahu.
15 de janeiro: Israel e Hamas anunciam segundo acordo de cessar-fogo na guerra
19 de janeiro: Acordo de cessar-fogo entra em vigor.









