Por Luiz Roberto Marinho — O empresário Rodrigo Tavares Ramos, 35 anos, dono da rede de clínicas LP Saúde, mandante, e Pedro Henrique Costa de Oliveira, 29 anos, executor, tornaram-se réus no atentado ao jornalista Ricardo Antunes, ocorrido em novembro último.
O juiz Laiete Jatobá Neto, da 3ª Vara Criminal, acatou a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) contra a dupla e deu prazo de dez dias para que responda por escrito à acusação de lesão corporal grave feita pelo MPPE.
Mandante e executor poderão ser punidos com penas de reclusão de até oito anos, que podem ser aumentadas para 11 anos se o juiz Laiete Jatobá Neto decidir que houve também formação de quadrilha para o atentado.
Emboscado a socos ao sair de uma barbearia em Boa Viagem, na Zona Sul, Ricardo Antunes, que quase ficou cego do olho esquerdo, sofreu afundamento facial e levou 33 pontos em cirurgia de duas horas no Hospital Português para colocação de pinos e plaquetas. Foi agredido por haver postado, no seu blog investigativo, denúncias de irregularidades numa das clínicas da LP Saúde.
A violência mereceu repúdio das maiores entidades do País. A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e outras 10 organizações defensoras da liberdade de imprensa divulgaram nota se solidarizando com o jornalista Ricardo Antunes e cobrando rapidez na investigação do atentado.
Além da Abraji, assinaram a nota Ajor (Associação de Jornalismo Digital), Artigo 19 ,CPJ (Comitê para a Proteção de Jornalistas), Fenaj (Federação Nacional de Jornalistas), Instituto Palavra Aberta, Instituto Vladimir Herzog, Instituto Tornavoz, Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação), Intervozes e RSF (Repórteres Sem Fronteiras). As entidades formam a Coalizão em Defesa do Jornalismo.