Por Luiz Roberto Marinho – A disputa judicial e as desavenças de empresários pernambucanos em torno do estaleiro Ecomariner levaram o juiz Alexandre Pinto de Albuquerque, da 7ª Vara Criminal, a proibir, sob pena de prisão preventiva, o empresário José Pinteiro e seu advogado, Piero Monteiro Sial, de se aproximarem dos empresários Carlos Avelar, Paulo Rabelo e Wagner Dannyel Gouveia.
Pinteiro e Sial trocaram sopapos com Paulo Rabelo e Wagner Dannyel em 25 de fevereiro último, no estaleiro Ecomariner, na bacia do Pina, na Zona Sul, e a camioneta Land Rover Evoque de Rabelo acabou danificada. Foi a gota d’água de disputa judicial que se arrasta há mais de dois anos em torno do Ecomariner, pertencente a Pinteiro, que tem base também em Cabedelo, na Paraíba.
A origem da pendenga está no arrendamento do Ecomonariner ao estaleiro Azov Yachts, do qual Carlos Avelar é um dos donos, em janeiro de 2019. Pinteiro processa Avelar e seu sócio no Azov Marcos Menezes por não terem pago o arrendamento desde janeiro de 2020 e ainda de se apropriarem de quatro moldes de lanchas da Ecomariner de 25, 38, 48 e 60 pés.

O Blog tem acompanhado a confusão desde o início.
Em junho de 2024, Pinteiro obteve de volta os quatro moldes por decisão do Tribunal de Justiça da Paraíba, mas a ordem judicial acabou não sendo cumprida no estaleiro da Azov, no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife.
Seguranças do Azov, liderados por Carlos Avelar, impediram, revólveres em punho, a retirada dos moldes,. Ameaçaram com as armas os motoristas dos caminhões encarregados do transporte e o oficial de justiça responsável pelo cumprimento da ordem de busca e apreensão, conforme registrou o oficial de justiça.
O oficial de justiça, cujo nome é mantido em sigilo, por questões de segurança, registrou em cartório o descumprimento judicial. Relatou que Carlos Avelar, que chegou ao estaleiro acompanhado da mulher e da filha, afirmou que os moldes das lanchas encontrados lá foram fabricados pela Azov e não eram os moldes da Ecomariner que constavam na ordem de reintegração de posse.
Além da agressão física e de danos à Land Rover, o imbróglio entre os empresários envolve também a suspeita de que Avelar teria sido o mandante do afundamento, misterioso e sem testemunhas, de madrugada, em janeiro último, do iate de Pinteiro, avaliado em R$ 40 milhões, na base do Ecomariner da bacia do Pina.
Na sua decisão, o juiz Alexandre Pinto de Albuquerque pontua que a proibição de aproximação de Pinteiro e Sial persistirá até que sejam resolvidas as pendências judiciais cíveis entre eles.
O empresário José Pinteiro chegou a ser preso, em setembro de 2019, junto com outros empresários, na chamada Operação Mar Aberto, sob a acusação de haver sonegado R$ 65 milhões em impostos.

Confira o processo na íntegra:
O Outro Lado
Tentamos contato com os citados sem sucesso. O espaço continua aberto para suas versões dos fatos e essa matéria poderá ser atualizada a qualquer momento.
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