EXCLUSIVO, Por Arthur Gazeta – Uma revelação sobre os bastidores da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro) está gerando polêmica no campo. O atual presidente do órgão, Moshe Dayan Fernades, responsável por fiscalizar e regulamentar a atividade agropecuária no Estado, já foi funcionário do gabinete da deputada estadual Débora Almeida (PSDB).
Débora não é apenas política: ela é filha do maior produtor de ovos do Nordeste e o quarto maior do Brasil, dono da Granja Almeida, em São Bento do Una. A empresa, conhecida como Ovos Almeida, pertence à família Almeida Cordeiro, que lidera a produção de ovos na região.
Foi justamente a deputada quem articulou a mudança na lei aprovada em 2024 pelo deputado Antônio Moraes, que proibia o uso da chamada cama de frango como adubo. A alteração abriu exceções: hoje, o produtor pode utilizar o material desde que se cadastre na Adagro e prometa cobrir a cama com lona.
Mas, para especialistas e produtores prejudicados pela infestação da mosca-dos-estábulos, a medida não resolve o problema. Segundo eles, só a proibição total poderia conter a praga. A crítica é que a flexibilização teria ocorrido por ingerência política da Associação Avícola de Pernambuco (AVIPE), interessada em dar destino ao subproduto da indústria de ovos.
Diante da revolta, agricultores já se articulam e prometem realizar uma carreata para pressionar as autoridades.
Veja os documentos:
O OUTRO LADO
Nós tentamos contato com a deputada Débora Almeida e com o presidente da Adagro, sem sucesso. O espaço continua aberto para suas versões dos fatos e essa matéria poderá ser atualizada.
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