Exclusivo, por Ricardo Novelino – Em março deste ano, um anúncio feito pelas autoridades pernambucanas chamou a atenção de quem vive em condomínios em Gravatá. Tribunal de Contas, Ministério Público e governo alardearam que tinham “zerado” os lixões a céu aberto nas 184 cidades do estado. Indignados, esses moradores criaram numa conta no Instagram para mostrar que a história não é bem essa. Eles procuraram o nosso site para denunciar e comprovar, com todas as letras e cores, que o município do Agreste tem um depósito de resíduos que passa bem longe de ser um aterro sanitário controlado.
Na conta no Instagram batizada de gravata_pe_aterro, os administradores vão logo avisando: “Aterro sanitário de Gravata-PE, lixo a céu aberto, muitas moscas, criatório de urubus e chorume direto para o rio em dias de chuva”.
A revolta das pessoas sé tão grande que a saída foi fazer brincadeiras para tentar mobilizar um número maior de pessoas e pressionar as autoridades.
Em uma delas, foi lançada uma enquete sobre o “ponto turístico mais importante” para Gravatá: “Morro do lixão, cachoeira do chorume ou criatório de urubus?”
Em outra ação, os moradores perguntam: “Onde estão os vereadores, o Ministério Público e a CPRH? Por que o ente público resiste tanto a desativar o aterro, que já está com a capacidade esgotada?”

Revoltados com a falta de respostas, moradores ampliaram a mobilização para tentar acabar com o lixão.
Na semana passada, eles conseguiram um drone para fazer imagens aéreas do lixo acumulado no terreno, que fica perto da BR-232. Fotos enviadas ao nosso site mostram, por exemplo, montanhas de sujeira a céu aberto.
“A gestão da prefeitura atual não deixa ninguém entrar no local, mas aí a tecnologia vem para isso. Com o drone, filmei o descaso do poder público, estadual e municipal” disse uma fonte do nosso site. O morador criticou também a postura do prefeito da cidade, padre Joselito Gomes (PSB), diante das denúncias.
Em entrevista exclusiva, um morador que preferiu manter o anonimato por temer represálias afirmou que a comunidade da área do lixão está cansada da falta de atitude das autoridades.
“Já fomos ao Ministério Público e denunciamos o caso para a prefeitura. É um descaso. O lixo é a céu aberto e ninguém faz nada. Só disseram que tinham acabado com lixões. Mas não é verdade”, afirmou.
Ainda de acordo com esse morador, por causa do lixo jogado de qualquer jeito, as pessoas são obrigadas a enfrentar muito fedor e todos os problemas decorrentes da falta de fiscalização. “Tem rato, urubu e muita mosca e muriçoca. É terrível”, declarou.
Ele informou que a CPRH (Agência Pernambucana de Meio Ambiente ) mandou uma equipe para fazer um levantamento sobre a situação do lençol freático.
“Já está constatado que existe dano na água da região. Enviamos as denúncias para o WhatsApp disponível na página da governadora (Raquel Lyra), mas não tivemos resposta”, acrescentou.
O nosso site procurou MPPE, TCE-PE e prefeitura de Gravatá para saber o que vai ser feito para acabar com o lixão. Quando as respostas forem enviadas, acrescentaremos ao texto original, como o Outro Lado.








