EXCLUSIVO, Da Redação do Blog — Uma troca de mensagens pelo WhatsApp entre a técnica de enfermagem Maria Clara Adolfo de Souza, de 21 anos, e o ex-namorado João Gabriel Tenório Ferreira, soldado da PM de 26 anos, revela que ela decidiu não abortar o bebê que esperava após um relacionamento de três anos. Este teria sido um dos motivos para o seu brutal assassinato na noite de 24 de julho.
O bebê, uma menina que se chamaria Aurora, estava no quarto mês de gestação, conforme revelou o advogado da família, o criminalista Sérgio Gonçalves.
“João, já tomei minha decisão e não vou tirar meu filho, espero que você respeite minha decisão”, escreveu Maria Clara em uma mensagem enviada às 8h04, obtida com exclusividade pelo Blog. Quatro minutos depois, às 8h12, o PM respondeu, em letras minúsculas: “tu não levou em consideração o que te pedi? e tudo que te falei?”. Ele completou: “não vou insistir, respeito. Vamos conversar”.

De acordo com Simone Kelly, mãe da jovem, a conversa tensa com o PM fez Maria Clara sair de casa, na Rua Belo Jardim, no bairro de Socorro, em Jaboatão dos Guararapes, por volta das 20h50 do dia 24 de julho. Ela teria ido encontrar um amigo do ex-namorado que deixaria um dinheiro, conforme áudio enviado à mãe.
No entanto, tratava-se de uma armadilha. Maria Clara foi alvejada com 11 tiros de calibre 9mm, uma arma extremamente letal. Dois rapazes em uma motocicleta foram vistos fugindo do local em seguida.
A polícia suspeita que um dos ocupantes da moto era o soldado João Gabriel, que foi preso temporariamente no dia 1º de agosto e está detido no Centro de Reeducação da Polícia Militar, em Abreu e Lima, no Grande Recife. A prisão temporária foi recentemente prorrogada por mais 30 dias.

O outro ocupante da motocicleta, Robson Damião do Nascimento, de 26 anos, amigo de infância do soldado, também foi detido e está encarcerado no Cotel.
Conforme noticiado pelo Blog, mesmo com o PM preso, supostos comparsas continuam a ameaçar a família da vítima com postagens intimidatórias no Instagram, que são removidas posteriormente. “Simone mãe. Estamos tão perto que vcs não imagina” (sic), dizia uma das postagens. Em outra, escreveram: “Avisa Simone que iremos xega” (sic). Uma terceira advertia: “‘A próxima e (sic) Simone”.
Simone Kelly e o marido fugiram de Pernambuco e estão escondidos, temendo represálias. “Esse caso não pode cair no esquecimento. Assim como nós perdemos a nossa paz, esses bandidos, esses monstros, não podem ter paz”, afirmou Simone em conversa com o Blog.