Do Valor Econômico – No Brasil, a população sem acesso à rede de esgoto é composta, majoritariamente, por pessoas com renda de até um salário mínimo, sem ensino fundamental completo e pardas.
Os dados, de 2022, foram compilados pela Associação das Concessionárias Privadas de Água e Esgoto (Abcon), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC)
Na análise de cada faixa de renda, a diferença de acesso entre os mais pobres e os mais ricos é enorme. Entre as pessoas que ganham até um quarto de salário mínimo, 55,9% não têm acesso a esgoto.
Para quem ganha entre um quarto e meio salário mínimo, a porcentagem é de 44,2%. Na outra ponta, dos mais ricos, entre os que ganham de três a cinco salários mínimos.
A desigualdade também se reflete na análise por nível de escolaridade. Entre as pessoas sem instrução, a taxa de pessoas fora da rede de esgoto é de 44,5%, enquanto para aquelas com ensino superior completo, a porcentagem é de 15,3%.
Entre todos aqueles sem acesso a esgoto, 50% são pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto.
O estudo também traça o recorte racial da exclusão do saneamento e mostra que os indicadores de atendimento de esgoto são piores no caso da população indígena (44,1% fora da rede), parda (40,4%) e preta (30,6%), em comparação com brancos (24,1%) e amarelos (24,5%).
Há também diferenças significativas entre as regiões do país. No Norte, 70% das pessoas não estão conectadas à rede de esgoto — embora a ressalta da possibilidade de sistemas isolados também se aplique nessa análise. Já no Nordeste, a taxa cai para 52%, enquanto no Sudeste a proporção reduz para 11%. A média brasileira é de 32%.









