*Por Hely Ferreira — Longe de serem unanimidade, as pesquisas científicas no campo das ciências humanas sempre serviram para muita celeuma, principalmente as que medem as intenções de voto. Muitos esquecem que o resultado apresentado não representa algo infalível, já que elas são feitas por seres humanos em meio à complexa dinâmica social. Mas nos últimos tempos, as pesquisas estão sendo questionadas de maneira irresponsável, principalmente por quem deveria apresentar um percentual mais competitivo.
Há aqueles que não querem admitir, que pesquisas eleitorais apresentam um diagnóstico do momento. Na verdade, para muitos, pesquisa correta é quando o resultado representa o que se deseja. Assim como para os alunos, a correção da prova está correta, quando a nota corresponde ao que lhe satisfaz. Acontece que, com o profissionalismo cada vez maior das campanhas eleitorais, por mais que escondam, os candidatos procuram guiar seus discursos amparados nas pesquisas.
Parte dos ataques venenosos destilados às pesquisas, são caminhos que os candidatos, ou seus discípulos, encontram para promover dúvidas na mente do eleitorado, com relação aos resultados apresentados. Não quero dizer que as pesquisas são infalíveis, mas em regra, o pesquisador procura trabalhar de maneira ilibada, pois tem compromisso com o mundo da ciência e também sabe, que o seu nome e o do instituto em que presta serviço, poderá cair em descrédito, caso o seu trabalho apresente ainda que de maneira mínima, falta de veracidade para com os dados divulgados.
É possível que haja diferenças entre o resultado eleitoral e as pesquisas. Porém, uma coisa é o cenário passar por modificações, outra coisa é desejar que o resultado apresentado pelo pesquisador corrobore com interesses de algum grupo político.
Por outro lado, existem aqueles que ficam eufóricos por conta dos percentuais apresentados pelos institutos de pesquisa. Ora, comemorar o resultado antes do término da partida, poderá causar decepção. Afinal, já dizia Vicente Mateus, “o jogo só acaba quando termina”.
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Hely Ferreira é cientista político








