Da Redação do Blog — Entre as matérias mais lidas de 2024, o projeto do restaurante em formato de zepelim no Recife Antigo chamou atenção ao reunir polêmicas que envolveram desde o arquiteto Zezinho Santos, réu em casos de lavagem de dinheiro e organização criminosa, até a autorização contestada pelo IPHAN, contra pareceres técnicos. A exclusividade do blog sobre o tema trouxe à tona um debate intenso sobre preservação do patrimônio histórico e os limites de intervenções urbanísticas na capital pernambucana.
Relembre
O projeto do já polêmico restaurante em forma de zepelim no Recife Antigo foi elaborado pelo escritório Santos & Santos, do arquiteto pernambucano Zezinho Santos, herdeiro do empresário João Santos, falecido em 2009, cujo grupo está em recuperação judicial.
Zezinho foi tornado réu pela Justiça Federal por organização criminosa, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal na investigação de falcatruas do grupo João Santos. A Operação Background, da Polícia Federal, vasculhou seu apartamento em maio de 2021.
O arquiteto é acusado também de difamação, calúnia e injúria em queixa-crime impetrada na Vara Criminal do Recife por seu tio, Fernando Santos, ex-presidente do grupo, por xingar no Instagram, com palavrões, o tio, a mulher dele, Lena, e a enteada, Ana Patrícia.

O projeto REC Cultural, a ser instalado, com o restaurante, nos edifícios localizados na Avenida Rio Branco, nº 23, e na Avenida Marquês de Olinda, nº 58, foi autorizado pelo superintendente em Pernambuco do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Jacques Ribemboim, contra dois pareceres de seus técnicos, do IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil) e do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), vinculado a Unesco.
Juntos, os dois imóveis formam um lote triangular. O restaurante, em formato de zepelim, numa homenagem ao dirigível que pousou no Recife pela primeira vez em 1930, será dividido entre as coberturas de ambas as edificações, compradas em 2022 e 2023 pela empresa de energia EBrasil, do empresário Dionon Lustosa Cantarelli.
Em nota, a empresa informou que as áreas dos dois edifícios, num total de 4 mil metros quadrados, contarão com espaços como auditório, salas de atividades, biblioteca, loja de design e arte regional, café, espaços para exposições permanente e temporárias. As exposições, diz a nota, incluirão obras de Abelardo da Hora, João Câmara, Lula Cardoso Ayres, entre outros artistas pernambucanos.









