Por Ricardo Antunes – A operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de Pernambuco (Gaeco/MPPE) foi feita em torno de contratos da Prefeitura do Recife. Um dos alvos é o empresário Guga Muniz, figurinha carimbada das gestões do PSB.
As investigações giram em torno de contrato de manutenção predial da Prefeitura do Recife e tem como foco a investigação sobre fraude a licitações, que geraram contratos irregulares, desvio de recursos e lavagem de dinheiro.
Seu apartamento no bairro do Parnamirim foi um dos alvos da operação, que também focou nos veículos de luxo que possui, como um Porsche avaliado em mais de R$ 1 milhão e uma BMW X6. Sua mansão na praia de Serrambi também teria recebido visita da polícia, segundo nossas fontes.
A investigação aponta para uma complexa teia de relações envolvendo empresários e políticos da cúpula do PSB no Recife e também apura a existência de que o esquema pode ter relação com o período eleitoral, já que entre abril e outubro de 2024 os gastos com as obras de manutenção predial, a partir dos contratos investigados, quadriplicou.
A empresa Gusmão Planejamento também foi alvo da operação. Ela seria a responsável por “fiscalizar” e “atestar” os pagamentos das obras de manutenção fraudulentas.
O modus operandi teria envolvido a contratação, sem licitação própria, de uma construtora do interior de Minas Gerais (Construtora Sinarco), que não tem sede em Pernambuco. A contratação ocorreu através de adesões da gestão João Campos a atas de registro de preços de um consórcio de municípios de Minas Gerais.
Na prática, no entanto, quem realizava os serviços eram as construtoras Alca Engenharia e Max Construções, as duas pertencentes a Carlos Augusto Goes Muniz. Em paralelo a isso, as duas empresas (Alca e Max) já eram contratadas pela Prefeitura para serviços de manutenção predial.
A hipótese é que houve desvio de recursos, porque o valor de uma mesma obra foi pago duas vezes.
Através dos contratos de manutenção predial com a Sinarco, que não atua em Pernambuco, a gestão João Campos chegou a pular etapas de licitação – obrigatórias na administração pública – realizando obras completas de reforma e requalificação de unidades, como no caso da Escola Municipal Cidadão Herbert e do Centro de Saúde Mário Ramos.
Sem licitação, as empresas do grupo de Guga Muniz realizaram os serviços com base num contrato de manutenção predial com empresa inexistente no estado de Pernambuco.
O OUTRO LADO
Empresa diz que “não foi notificada” por órgãos de controle e que tem “compromisso com a ética”









