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Opinião: Efeito Orloff: o colapso eleitoral dos neoliberais da Argentina diz algo ao Brasil?, por Melillo Dinis

Ricardo Antunes Por Ricardo Antunes
21/09/2019 - 18:27
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Por Melillo Dinis analista político do Site Inteligência Política

Nos longínquos anos 80 havia uma expressão em voga para relacionar a situação político-econômica de argentinos e brasileiros: o efeito Orloff – uma brincadeira que fazia referência à propaganda de TV de uma marca de vodka cujo slogan era “eu sou você amanhã”, veiculada nos idos de 1986, 1987… Aparentemente a vodka e sua propaganda eram conhecidas nos dois lados da fronteira e a expressão “efeito Orloff” ficou facilmente identificável.



De fato, a comparação cabia muito nos anos 80 pois ambos saíam de ditaduras militares (eles em 1983, nós em 1985), ambos tinham pobreza assoladora, ambos tinham inflações galopantes e por aí vai. E, embora haja diferenças gritantes no comportamento político de argentinos e brasileiros, era sim possível relacionar o atoleiro e as tentativas de resolução dos problemas adotadas por José Sarney (1985-1989) e Raúl Alfonsín (1983-1989) – além dos vistosos bigodes, o aparente padrão estético do nascente Mercosul.

Explicando melhor o efeito Orloff, funcionava na prática assim: Sarney lançava um plano econômico para combater a inflação, por exemplo: Cruzado I, Bresser, assim por diante. Alfonsín, de Buenos Aires, lançava o Austral, o Primavera… Havia muitas semelhanças nas iniciativas de cada país, de forma que a análise popular (entre risos, obviamente) era basicamente se perguntar: “Os argentinos já fizeram isso?”… “Sim, e deu errado”. “Hum… Eu sou você amanhã”…

Pois bem: muitos paralelos foram rompidos. A Argentina foi além do Brasil no quesito neoliberalismo, dolarização da economia e privatizações com El turco Carlos Menem (1989-1999) – o que desembocaria na maior crise político-financeira da História do País, em 2001. O neoliberalismo esboçado no Brasil foi abatido por Pedro Collor, que derrubou o irmão Fernando Collor em 1991 e colocou a social-democracia de Fernando Henrique Cardoso como a tônica dos anos 90 verde-amarelos: chegamos ao bem-sucedido Plano real.

Na década seguinte, a ascensão de Luiz Inácio Lula da Silva ao poder em 2003 traçaria um paralelo político e econômico novamente com Néstor Kirchner e sua esposa Cristina, com a esquerda preponderando no Conesul – aí ressalvadas todas as diferenças entre o PT e o peronismo dos Kirchner, bastante diversos nas crenças, práticas e conteúdos.

O fato é que a fadiga da esquerda nos continente trouxe o liberal Mauricio Macri ao sillón de Rivadavia (a cadeira presidencial do governo argentino) em 2015. A promessa de redução do Estado, austeridade e combate à burocracia não se converteu em crescimento econômico, pelo menos não de forma sensível.

A falha se deu não só nos resultados pífios, mas também na ideologia ferida: Macri, cortejado pelos liberais brasileiros e argentinos por suas crenças no poder da mão invisível do mercado, fracassou discursivamente a ponto de intervir na economia como um mero populista barato da América Latina: congelou preços de combustíveis, de energia, injetou dólares no mercado cambial, etc, etc.

A conta aparentemente está vindo, mais cedo do que se esperava: nas eleições primárias deste domingo (11/08) as urnas surpreenderam os liberais com uma surra aplicada pelos peronistas de Cristina Kirchner: o candidato da viúva de Néstor, Alberto Fernández, que tem a própria Cristina como vice, venceu de lavada (47% a 32%) e muito provavelmente vai confirmar a vitória em outubro e será o próximo presidente argentino.

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PSL) já verbalizou que torce pela vitória de Macri por um alinhamento antiesquerda no Mercosul, um cenário seriamente ameaçado. Mais do que uma deterioração nas relações de Brasília com Buenos Aires (a Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil), uma eventual vitória da esquerda argentina nos próximos meses pode servir pedagogicamente de alerta à direita daqui.

Cristina está implicada em mais de uma dezena de processos por corrupção, assim como líderes da esquerda brasileira. Nada disso, porém, parece pesar diante do fato de que o governo Macri não entregou o que prometeu no campo que realmente interessa: a economia.

A Argentina está tão ou mais pobre do que estava quando os neoliberais assumiram e, ainda que os movimentos peronistas cheirem mal à opinião pública, os apelos por austeridade e sacrifício à população em nome de dias melhores que não vieram provocaram desgaste eleitoral sensível – só em 2016 a energia elétrica na Argentina teve aumento de 300%. E isso é mais pedagógico do que mil horas de estudo das teorias econômicas dos Chicago Boys.



Repetindo: há diferenças consideráveis na política e na economia do Brasil e da Argentina, mas apenas o discurso de austeridade (na voz de Paulo Guedes, ministro da Economia do Brasil), da Lava-Jato (na voz de Sérgio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública) ou de depauperação da esquerda, na voz do próprio presidente, pode não ser o suficiente para garantir vida longa à direita brasileira.

Sem crescimento econômico consistente, dependente de ações mais efetivas e articuladas que a própria Reforma da Previdência, não haverá 2023 para a direita representada por Bolsonaro. O Brasil está entrando em recessão técnica novamente, a primeira do novo presidente. Sem resultados, estaremos sujeitos ao efeito Orloff no médio prazo?

A resposta é: sim.

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Ricardo Antunes

Ricardo Antunes

Ricardo Antunes é jornalista, repórter investigativo e editor do Blog do Ricardo Antunes. Tem pós-graduação em Jornalismo político pela UnB (Universidade de Brasília) e na Georgetown University (EUA). Passou pelos principais jornais e revistas do eixo Recife – São Paulo – Brasília e fez consultoria de comunicação para diversas empresas públicas e privadas.

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